"VENHAM, ME ENFRENTEM, FAÇAM O MELHOR PELA EDUCAÇÃO DE PVERDE QUE EU FIZ", DIZ EX-SECRETÁRIO
A propaganda em várias
redes sociais já estava pronta. Faltava aguardar a sessão ordinária daquela
noite de terça-feira (28), na câmara legislativa, onde o capítulo remoção
envolvendo o professor e vereador do PC
do B, Léo de Fonsinho, e a secretaria municipal de Educação traria à tona o enredo da nova novela da atual gestão.
Utilizando do quadro Tribuna
Livre, coube ao ex-secretário Paulo Caduda falar em defesa do
professor da unidade escolar,
localizada no povoado Saco do Camisa. Antes, o ex-secretário e sindicalista
resolveu avaliar a administração:
Prólogo - "Até a semana passada,
discutia-se em Poço Verde que a educação de Poço Verde ainda era o mandato da
outra gestão. Mesmo entrando no quarto mês de administração (...) não fez, não
convenceu e o povo deu a resposta botando no poder aqueles que prometeram que
resolveriam o problema. Esperou-se que ao começar agora viessem as novidades da
nova gestão. Esperava-se que os planos, que fosse apresentar aquilo que seria
feito na educação de Poço Verde". Caduda citou ainda que em 2015, Poço
Verde foi a melhor educação de Sergipe, porém não estava vendo até então nada
de novo "para melhorar o que fizemos. Para marcar os novos dias da nova
gestão. Começamos por uma jornada pedagógica (...) mas na abertura o senhor
prefeito perdeu uma grande oportunidade de ficar calado. Quando ao usar o espaço: `nós não vamos olhar para o retrovisor, mas encontramos a educação com
dificuldade, inclusive no transporte`", citando uma das falas de Iggor
durante a abertura do Encontro
pedagógico de 2017.
E cutucando o governo que diz ainda não saber
o impacto que o novo piso causará na folha do funcionalismo da educação, Caduda
foi categórico: "O professor que esperou o tão anunciado piso salarial da
gestão, que veio para garantir o direito dos servidor público ficou só
esperando. Ficou dito pelo senhor prefeito que até agora não conseguiu fazer os
cálculos e de qual é o impacto de 7% na folha. Uma gestão que já pagou três folhas
de pagamento não sabe calcular. Se der a folha para os professores de
matemática eles vão saber rapidinho. (...) Mas é a gestão da eficiência que
veio para mudar. Foi uma jornada pedagógica proveitosa, mas não anunciou sequer
uma única novidade na proposta pedagógica para Poço Verde do que iria fazer
melhor do que nós fizemos".
Leia
também
Capítulo da remoção - E sobre a notícia de que
o professor e vereador Léo fora removido sem aviso prévio, disse: "Qual a
novidade que recebemos hoje que marca o início da nova era na educação de Poço
Verde ? ... Qual é a surpresa que temos hoje? (..) Depois de 20 anos, ele
recebe um documento transferindo do Ventoso. Tirando de onde ele construiu sua
história na educação? Qual mal o professor Léo fez na comunidade?" E
incitando o apoio dos demais parlamentares, continuou: "Espero que esta
casa não passe em branco pois foi feito com um parlamentar. Hoje o secretário
de educação tirou Léo depois de 20 anos. Interessante é a paciência de alguns
que lideram o movimento sindical em Poço Verde. Em janeiro de 2016, se discutia
que se pagasse o piso salarial do professor. Já estamos chegando no mês de
abril, a paciência é incrível. Quer dizer que existe dificuldade. Os valores de
2017 foram maiores do que o ano passado. No entanto, mas não se tem condição;
no entanto... há um silêncio. Essa é a mudança que veio a Poço Verde. É um
descumprimento da lei do piso , da regência, e agora do descumprimento do estatuto
do magistério. Então , quem faz as leis não é mais o legislativo,... são as
vontades. E vamos ter de ficar ouvindo isso como um prenúncio essa mudança.? Que
esta casa não deixe acontecer com alguém desse parlamento. Vai ser uma forma de
desmoralizar o próprio legislativo. Se eu não consigo construir maioria dentro
dessa casa por outro tipo de sedução eu vou construir pela imposição. Mas não vai por que essa casa
está se dando ao respeito . Enquanto isso, um funcionário do município está
sendo perseguido. Léo não se desvinculou da escola; ele trabalhou comigo no
esporte escolar e depois ele voltou para trabalhar no Ventoso".
Para
não dizer que tratava o assunto com medida desigual, o próprio Caduda explicou
porque não comentou sobre sua remoção do Valadares para o Ventoso. "Primeiro, eu agradeço porque é uma comunidade muito acolhedora
e que para mim foi um grande presente me alocarem no Ventoso. Segundo, porque
eu estava há quatro anos afastado da secretaria de educação, afastado da sala
de aula, minha lotação era na secretaria de educação. O secretário tinha de
fato poderes para me colocar na escola que ele bem entendesse dentro da minha área de atuação. Ao
contrário, o "professor Léo não estava à disposição da secretaria tanto é
que ele estava dando aula no Ventoso e de uma hora para outra precisa de professor
em Poço Verde, mas na mesma série existe uma. Se ele sair o quadro está
completo com ele? Que organização é essa que para perseguir deixa os alunos sem
aula".
O Recado - "Quem está na secretaria precisa ler o estatuto, conhecer o plano de
carreira, conhecer a educação par a antes perseguir o professor. São essas as
mudanças que vieram para Poço Verde ? se foi isso, cometeram estelionato
eleitoral ao nosso povo. Venham, me enfrentem.
Façam o melhor pela educação de Poço Verde do que eu fiz. Essa fase de
professores está nas mãos de secretário para ficar de uma lado para outro já
passou".
Para
argumentar a favor da defesa do vereador removido, Caduda citou um a um os
artigos que tratam no Plano de Carreira sobre a remoção de um funcionário e,
para ele, nenhuma delas ele configurava. "Qual é o objetivo que têm para
remover ele do ventoso? Coloque no papel tenha coragem de mostrar porque está
removendo de lá!", disse desafiando o atual secretário.
E
adiante, concluiu: " (...) Não dá para sentar na cadeira de secretário e
fazer de fantoche. Não dá para representar a secretaria mais importante (...) e
chegar lá e ser fantoche. (...) Se esta remoção não for desconsiderada, ela
será judicialmente porque não tem fundamentação jurídica nenhuma a não ser
perseguição". E mandando recado para o sintese local, disse: "Espero que o sindicato se posicione.
Que não fique olhando apenas como observador. Porque se não é capaz de defender os interesses individuais do professor não está preparada para defender os direitos
coletivos".
Ator principal - O maior interessado disso
tudo falou então na tribuna. Diferente do comportamento temperamental como o
próprio definiu, o vereador Léo de Fonsinho demonstrou que estava mais maduro.
Fez um discurso diplomático, reconheceu que sofreu perseguição política em 2005
durante a gestão Dória (quando ele e a irmã tiveram de recorrer ao ministério
público para resolver o problema contra um governo que hoje ele faz parte),
tratou de `causos políticos` em que recebeu vários nãos do pai do atual
prefeito para levar à frente a carreira política e da mágoa sentida com a
notícia da remoção do Saco do Camisa para o Josias Rabelo.
Citando
a reunião com o secretário, Léo admitiu que iria para sala de aula no
polivalente, mas ficou indignado mesmo com a remoção para outra escola haja
vista que a unidade onde trabalha necessita do profissional. Como ele não foi
devolvido pelo diretor, não havia razão alguma para transferência.
"Não
quero desmerecer o profissional de Eliel na área de contabilidade, mas no
sistema educacional ele é um bebê. Ele
precisa aprender a andar, para depois correr .Posso estar até enganado, mas
isso não veio do secretário de Educação. Se veio da mesma pessoa que pediu
minha remoção. Se isso foi uma troca de favor para que esse vereador estivesse
no outro palanque assim que a gente viu essa troca de favores nessa gestão
nova".
Já
o vereador Edson Didiu/PSB, que acompanhava a trama da novela ali perto, usou a
tribuna para elogiar o seu grande apoiador político Caduda, deixar claro seu repúdio ao secretário de
Educação Eliel Santana e mandar o recado
curto e grosso: "naquela época de
Everaldo tudo se fazia na canetada, hoje, o município tem lei".
Papel coadjuvante - Em defesa do governo, o
líder Gilson Rosário/PMN, não gostou nem um pouco de alguns comentários de
Caduda na Tribuna Livre principalmente que este falou que somente agora a Casa
estava aprendendo a se dar o respeito.
"O senhor entrou um pouco perturbado, V.
Exa. errou feio. Foi um desrespeito aos demais colegas (vereadores). Talvez não
tenha pensado nessa palavra...aprendeu até a chorar que eu não sabia desse seu
feito". Sobre a crítica sobre o início da administração, Gilson achou um
pouco vazia já que é início. "Se Eliel
fizer uma boa administração, é bom para todos".
Quanto
ao caso, Gilson disse que entrou em contato diretamente com o secretário
Eliel Santana para não trazer informações errôneas. Gilson afirmou que na pasta
do professor, havia apenas uma portaria cedendo o funcionário para SME no dia
4/01/16 até 31/12/16. Logo, o secretário transferiu porque não havia
documento algum que comprovasse que ele estava de fato na escola. "E esse
ano que Léo trabalhou, voltou para o Saco do camisa, voltou na escola da
Queimada Cumprida? Ele como não fazia parte da secretaria, não participou das
greves, o professor Léo sentou com o secretário e disse que para trabalhar esse
período de reposição de aula iria ser gratificado com duzentas horas e as
duzentas horas ele já recebia quando participou da secretaria", explica o
líder do governo.
Sobre
a existência de documento que asseguraria o retorno do vereador e professor ao
Saco do Camisa, Gilson explicou que "não, apenas a portaria concedendo as
quarentas horas semanais perfazendo naquele ano as duzentas horas. Eliel não
tirou Léo", concluiu.
Após
a explicação de Gilson, o líder da oposição, Pedro dos Santos/PDT, reforçou
apenas o discurso do professor Caduda na defesa do colega vereador e criticou "a forma arbitrária"
usada para transferir o funcionário. Pedro reafirmou que é fácil ganhar a causa
no ministério público e instigou a todos os vereadores para que fossem no dia
seguinte visitar a escola e saber da comunidade escolar se realmente não queria
a presença dele por lá. O líder da oposição chegou a afirmar que sabia de
outros casos de remoção na rede, mas o caso de Léo tinha maior impacto. Pedro
cutucou o governo para que ele volte atrás e reveja o caso. E informado sobre o argumento de Gilson em tempo
real, Pedro assegurou que os contra-cheques de Léo de janeiro e fevereiro deste
ano constam como ele pertence à EM Porfírio Vieira, Saco do Camisa. Por fim, o líder da oposição
disse que se precisar levará dois ou três ônibus para trazer a comunidade do
Saco do Camisa para defendê-lo em frente ao fórum, ele e os demais colegas o
farão. Num aparte, o vereador Didiu confirmou que Léo fora devolvido à escola
em outubro último.
Ainda
na terça-feira, a CNNPV entrou em contato com a assessoria do governo e com o
secretário municipal de Educação, Eliel Santana. Ambos afirmaram que se
posicionariam adiante depois de ouvir o discurso dos vereadores naquela sessão.
Antes do fechamento desta edição, o próprio secretário afirmou que no momento
oportuno se posicionará.
Fim - Ao final do capítulo transmitido ao vivo
em rede social (o que é comum apenas em sessão de maior interesse, não quando
elas não duram mais do que quinze minutos), o presidente Alexandre Dias elogiou
o trabalho do ex-secretário de Educação, Paulo Caduda durante sua passagem na
secretaria e demonstrou apoio ao vereador Léo de Fonsinho. No entanto,
Alexandre deixou em aberto o convite para o atual secretário vir à tribuna
fazer a defesa da pasta.
Uma
informação extraoficial diz que o professor Léo está lotado na Escola Josias
Rabelo. Esse capítulo não termina aqui.
"VENHAM, ME ENFRENTEM, FAÇAM O MELHOR PELA EDUCAÇÃO DE PVERDE QUE EU FIZ", DIZ EX-SECRETÁRIO
Reviewed by Jorge Schalgter Leal
on
14:23
Rating:
Nenhum comentário: