CÂMARA ENCERRA O ANO COM PACOTE NATALINO DE APROVAÇÕES

Quem esteve durante uma sessão da Câmara legislativa antes das eleições percebeu a alta temperatura durante a plenária. No entanto, foi só passar o período eleitoral que a temperatura baixou trazendo de volta a velha e rápida sessão papa-léguas. Empurrando com a barriga ao longo do último trimestre do ano, os projetos foram colocados para votação apenas no dia de encerramento do ano legislativo.

Nesta terça-feira à noite, 13, ela veio e com um pacote natalino: foram aprovados o orçamento para 2017 no valor de 40 milhões de reais, as contas do ex-prefeito Antônio Dória (7 votos a 4), que o TCE havia aprovado com ressalvas, e o presente maior: foi aprovado o primeiro projeto de iniciativa popular da história de Poço Verde que revoga a lei das empreiteiras em que desonera as operações fiscais, ou seja, o empresariado da construção civil agora tem de pagar o imposto em dia quando seu empreendimento pertencer ao programa "Minha Casa, Minha Vida". Votaram contrário à proposta popular, os vereadores Gilson Rosário, Zeca de Silvino, Jaci de Silvino e Amuri. O tal presente era justamente para que calar o eleitorado em torno daquele outro projeto polêmico de aumento salarial para prefeito, vice e secretariado. Muitos poderiam argumentar que trata-se apenas de teto, mas se não aumentariam de fato o salário não haveria razão de aumentá-lo, apenas mantê-lo como está.

A noite também foi de despedida para vereadores não reeleitos e de elogios para todos os lados. Tanto o presidente da Casa legislativa, Pedro de Jesus, quanto os demais vereadores relataram o papel de cada um e sua contribuição ao longo dos últimos quatro anos. O vereador da oposição, João Ramalho, por exemplo, aproveitou seu último discurso para alfinetar uma parte da sociedade que "peca muitas vezes ao dizer que vereador não faz nada" e relembrar pessoas que contribuíram com o município. 

Outro projeto colocado em pauta para votação naquela noite foi o projeto enviado pelo prefeito Thiago Dória para realização de concurso público no município. A maioria votou contra; apenas a vereadora Délia Félix foi a favor. Como de costume em decisões importantes, o vereador Rivan Francisco mais uma vez subiu no muro para assistir a decisão da turma.

Feitas as considerações de encerramento do mandato legislativo, a câmara entra em recesso voltando em fevereiro. foto:arquivo