MAIS UM VIRUS PODE SER TRANSMITIDO PELO AEDES AEGYPTI
Os microrganismos
também lutam pela sobrevivência de suas respectivas espécies. Procuram se
adaptar das maneiras mais incríveis possíveis para não desaparecer. É o que
está acontecendo atualmente com um vírus chamado Mayaro. Não é um vírus novo.
Foi identificado pela primeira vez em 1954 e existe em regiões silvestres aos
redores da região Amazônica.
Nas últimas semanas,
pesquisadores da Flórida o identificaram no Haiti, em um menino de 8 anos, com
febre e dores abdominais. Concluiu-se, portanto, que este vírus pode estar se
espalhando pelo continente.
O grande problema é
que este vírus possivelmente tenha se adaptado. Antes era transmitido
apenas por mosquitos vetores silvestres e agora aparentemente pode ser
transmitido por mosquitos vetores urbanos que já estão espalhados pelo
mundo: Aedes aegyptiprincipalmente,
e o Aedes albopictus.
Se isso se confirmar, há muitas razões para nos preocuparmos, uma vez que
o Aedes está
fortemente presente em todo o território nacional. Este vírus provoca uma
doença semelhante à chikungunya. Chama-se Febre do Mayaro.
Quais os sintomas da Febre do Mayaro?
Os sintomas são
muito parecidos com os da dengue e/ou chiKungunya. Começa com uma febre
inespecífica e cansaço, sem outros sinais aparentes. Logo após podem surgir
manchas vermelhas pelo corpo, acompanhadas de dor de cabeça e dores nas
articulações. Os olhos podem também ficar doendo e em alguns casos reporta-se
intolerância à luz. São sintomas muito parecidos e por isso a febre do Mayaro
pode ser facilmente confundida com dengue ou com chikungunya. No entanto, no
Mayaro as dores e o inchaço das articulações podem ser mais limitantes e durar
meses para passar.
Como saber se é dengue, zika, Mayaro ou chikungunya?
Pelo quadro clínico
pode ser difícil diferenciar. Só os exames laboratoriais específicos é que
podem apontar o diagnóstico correto. No menino de 8 anos do Haiti suspeitou-se
inicialmente de dengue ou chikungunya. Mas os testes vieram negativos e o de
Mayaro confirmou ser positivo.
Há vacina ou tratamento específico para a febre do
Mayaro?
Não. Até o momento não
há nem vacina nem tratamento específico. O tratamento é dirigido ao alívio dos
sintomas. A evolução em geral é bastante favorável.
Já foram confirmados casos de febre do Mayaro no
Brasil?
Sim. Entre dezembro de
2014 e junho de 2015 foram confirmados 197 casos de febre do Mayaro nas
regiões Norte e Centro-Oeste, com destaque para os estados de Goiás, Pará e
Tocantins. Todas estas pessoas moravam ou estiveram em área rural, silvestre ou
de mata por atividades de trabalho ou lazer. O Estado de Goiás registrou 66
casos até fevereiro de 2016 e o Datasus não possui mais dados atualizados deste
ano. Importante salientar que no Brasil a transmissão desta doença limitou-se a
regiões de mata. Não há relatos, até o momento, de transmissão urbana.
Qual é a melhor forma de se proteger da febre do
Mayaro?
Claro que as medidas
que todos conhecemos para evitar a proliferação dos mosquitos são fundamentais
e importantíssimas. Mas em um país continental e tropical, com chuvas e calor,
essa tarefa é praticamente impossível. Por isso evitar as picadas são uma forma
eficiente para garantir proteção. Isso pode ser feito com telas nas janelas,
mosquiteiros nas camas, principalmente nos berços do bebês pequenos e
repelentes de mosquitos transmissores. Vale reforçar que os repelentes
indicados pela Organização Mundial de Saúde são a Icaridina, o DEET e o IR
3535.
Para lembrar: o Aedes vive só 45 dias, voa
no máximo em um raio de 300 metros de onde nasceu e, para transmitir uma
doença, tem que picar primeiro uma pessoa contaminada para depois picar
uma susceptível. Parece impossível “pegar” uma destas doenças, em se tratando
de um mosquito de 0,5cm de comprimento e aparentemente “frágil”. Mas a
realidade está aí para provar o contrário. Podemos mata-lo com a palma de
nossas mãos. Mas ele certamente também nos pode matar com uma picada
imperceptível. Por isso, protejam-se!fonte:globo
MAIS UM VIRUS PODE SER TRANSMITIDO PELO AEDES AEGYPTI
Reviewed by Jorge Schalgter Leal
on
08:42
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