VEREADOR AMEAÇA PRESIDENTE COM UM MANDADO DE SEGURANÇA

Desde que assumiu o cargo da presidência da Câmara legislativa de Poço Verde, Pedro de Jesus vem empurrando com a barriga uma ação que foi aprovada pelos pares: instituir a sessão itinerante nas comunidades. Com essa proposta, os vereadores realizariam uma sessão a cada mês em uma comunidade determinada. A visita seria a oportunidade de aproximar mais do poço-verdense acerca dos trabalho legislativo e, de quebra, conhecer o trabalho dos vereadores que eles escolheram na última gestão. O problema é que essa prerrogativa não está sendo atendida e se depender do líder da oposição, João Ramalho, a falta de cumprimento da lei vai acarretar danos ao presidente da Casa.

Como? O democrata entrará com um mandado de segurança contra o homem que ele ajudou a eleger para presidência. Na sessão desta terça-feira (02) à noite, Ramalho foi categórico ao afirmar que Pedro estava mais interessado em controlar o tempo do líder da oposição em falar na tribuna do que compromissado para o andamento dos trabalhos na câmara. "O senhor está entrando no quarto ano. Até hoje não fez nenhuma sessão itinerante. O senhor está nessa cadeira por causa do meu voto. Se até a sessão do dia 08 de março, nenhum pronunciamento for feito, eu irei entrar com um mandado  de segurança no Ministério Público para que voltem a acontecer!". Ele ainda foi mais incisivo quando na  cobrança de outro problema no parlamento: a pauta do dia é fechada horas antes da sessão ordinária. De acordo com o vereador, ela deve ser informada aos demais colegas até no máximo 24 horas antes da sessão "para não nos surpreendermos com o que será discutido. Estou de olho no senhor!"

Pedro respondeu mais adiante que até março a sessão deve ser marcada e que ele não é contrário à visita legislativa às comunidades. Muito pelo contrário, "estimo até e mostrar a comunidade e levar a sessão para eles conhecerem a importância (...) para estar próxima as pessoas. É cabível a sua solicitação e a do vereador Rivan. Assim que fizer valer o decreto legislativo, oportunamente faremos as sessões itinerantes. Tive momento que não estava vereador e achei belíssimo principalmente em época eleitoral pois a sessão dá um teor mais de debates muito mais aflorada". Talvez seja esse o receio de cumprir a lei: de que o povo esteja a par da realidade no município. Com uma oposição aflorada (usando o termo do presidente), o povo seria estimulada a refletir a situação em que se encontra o mundo fora de sua comunidade. Resta saber se a presidência cumprirá sua promessa. Ela vem sendo arrastada há muito tempo.foto:arquivo/cmpv