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ARTIGO: POÇO VERDE: DOMÍNIO DE QUEM?

Por Marília Santos - Até pouco tempo, nossa realidade era a mortes de jovens na cidade, nos fazendo ver que não estamos distantes da barbárie, onde a vida de uma pessoa vale tão pouco e importa tão pouco para as outras. Ainda vivemos esse mesmo cenário, e ainda há quem prefira fechar os olhos para isso.
Infelizmente, recentemente, a cidade tem um novo alvo, o alvo que sempre existiu em diversas civilizações, nós mulheres. Em uma semana, Poço Verde se deparou com dois feminicídios. Feminicídio sim! Um deles resultou em morte e outro resultou na perda da visão da vítima. Vítima sim!

Em comum, ambos foram cometidos pelos companheiros dessas mulheres, seja por ciúmes, seja por se considerarem donos delas, seja pelo que for, ambos foram crimes e, ainda bem, o feminicídio agora também é crime hediondo no código penal. Um pouco tarde, já que a morte de mulheres é um problema desde que o mundo é mundo, a diferença é que não se dá tanta importância aos “problemas de mulher”.

Um estudo realizado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) aponta que de 2001 a 2011, cerca de 50 mil feminicídios foram registrados no Brasil. A taxa de feminicídio por 100 mil mulheres chegou a 5,40 em Sergipe, sendo o 20º estado em índice de violência contra a mulher, o que assusta, porque Sergipe é o menor estado do Brasil. O Nordeste apresentou a maior taxa do país, com 6,90 feminicídios por 100 mil mulheres.

Muitos na cidade devem ter conhecimento sobre mulheres que sofrem violência de seus companheiros, seja física, psicológica ou simbólica, porém não denunciam. O seu silêncio é o mesmo que estar ajudando o agressor a continuar suas ações. Não se deve levar em conta o dizer que “em briga de marido e mulher, não se mete a colher”, se mete sim! 

Vamos levar em conta os conceitos de feminicídio publicados no código penal:
Feminicídio: contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: I - violência doméstica e familiar; II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

Mesmo com tantos fatos espalhados pelas cidades, tantos acontecimentos trágicos, tantas mulheres humilhadas, agredidas, assassinadas todos os dias no município de Poço Verde, as pessoas ainda preferem ver, ouvir e ficarem caladas, ou o que é pior, julgando a vítima, procurando algum motivo para culpá-la. Por essas atitudes, podemos dizer que Poço Verde, como um todo, comete feminicídio. É uma agressão coletiva as mulheres poçoverdenses. Marília Souza Santos é estudante de Jornalismo/UFS.
ARTIGO: POÇO VERDE: DOMÍNIO DE QUEM? Reviewed by Jorge Schalgter Leal on 17:58 Rating: 5

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