CALÇADA COMO PUXADINHO, NÃO!
A mania de transformar espaço público em
puxadinho tem contaminado muitas cidades brasileiras e
Poço Verde não fica atrás. Primeiro
foram os trailers! Eles se utilizavam da área no
entorno para abarcar cadeira e mesa para os clientes tomando conta de trechos
de ruas. O sucesso foi tão grande que bares acabaram investindo na ousadia de
tomar o espaço público como forma de aumentar a lucratividade e atrair mais
gente para comer e beber na comodidade de unir o lazer ao bate-papo e por que
não ficar atualizado com a programação da tv ou do próprio "canal" do
proprietário com uma programação recheada de shows, futebol, filme e novela.
Dependendo de quem está no comando do judiciário uma ou outra
mudança acaba com a praga, mas basta afrouxar que eles estão de volta. Hoje, os
trailers caíram de moda! Quem domina o mercado aproveitando-se daquele espaço
são lojas de produto agrícola; de material de construção (nem todos, nem
sempre), bares e, recentemente, lanchonetes. Até a calçada da igreja foi
reaproveitada descaradamente. E o pior, muitos deixam de limpar a sujeira
deixada no dia anterior ficando a cargo da limpeza pública.
A CNNPV entrevistou o ex-presidente da Câmara Legislativa, Gilson
Rosário, sobre a existência de alguma lei aprovada que regulamentasse o setor
ou a prática abusiva. Para Rosário, ainda não existe nenhum projeto a respeito,
porém "o promotor determinou ao secretário municipal de Obras uma
fiscalização pesada sobre o uso de calçadas pelo comércio para deixar livre
para o pedestre!".
O afrouxamento no abuso quanto ao uso de
calçadas como puxadinho de loja ou qualquer outro estabelecimento fere uma lei
maior: "A Constituição Federal de 1988 estabelece
que a política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público
municipal, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais
da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes (art. 182). E com base
nessas diretrizes e também no art. 183 da CF, o Congresso Nacional em 2001
editou o Estatuto das Cidades (Lei 10.257), para regular o uso da propriedade
urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem
como do equilíbrio ambiental", afirma o professor de Direito Rizzato
Nunes, mestre e doutor em Filosofia pela PUC/SP e ex-desembargador do Tribunal
de Justiça de S.Paulo.
Fica como sugestão à Câmara legislativa e ao
Executivo para discutir o problema. Além disso, colocar em prática a criação do Plano
Diretor do município que entre outros pontos deverá elucidar também para o uso
de bloqueio em calçadas (como normalmente vêm ocorrendo para impedir que alguém
estacione um veículo); fiscalizar calçadas irregulares dificultando o acesso por pedestre
com deficiência obrigando a usar a rua como único meio de ir e vir
etc...(foto:phagora:meramente ilustrativa)
CALÇADA COMO PUXADINHO, NÃO!
Reviewed by Jorge Schalgter Leal
on
08:25
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