ALEXANDRE DIZ QUE O PREFEITO TEM DE DESCENTRALIZAR MAIS O PODER
A
primeira sessão da nova legislatura da câmara ocorreu na noite desta
segunda-feira, 20. Foram mais de 60 dias de recesso parlamentar para quem foi
reeleito e uma longa espera para quem almejava ingressar na carreira política.
Seguindo o ritual em plenário, prefeito e vereadores falaram na tribuna. A
matéria em questão tratará apenas dos maiores representantes do poder público.
Mensagem - O prefeito Iggor Oliveira levou a
mensagem do poder executivo com finalidade de prestar contas. Afora o discurso
protocolar de elogio aos vereadores e de obediência ao que prescreve a
constituição para garantir maior transparência na gestão de seu governo, ele
pontuou que tem "percebido um sentimento muito forte e de insatisfação da população com o poder
público. Há uma desconfiança disseminada
entre os atores da cena politica por isso se não cumprirmos (...) o sentimento
de urgência que as tarefas a que a sociedade está a nos cobrar certamente
seremos todos cúmplices de um inevitável fracasso. (...) temos o dever e a
responsabilidade histórica de não errar. Cada geração detém o seu próprio
desafio . Diante de nós está certamente aquilo que nos cabe a enfrentar e a
vencer . A trajetória de um munícipio se faz com percalços ou obstáculos a
serem ultrapassados".
A oposição - Sobre o que esperar da casa
legislativa, Iggor ressaltou que "a oposição estará sensível às
dificuldades que o Brasil enfrenta e em especial o nosso município (...) e na
pluralidade democrática poderá contribuir cada dia mais com os avanços que a
nossa sociedade que tanto almeja. A nossa base de sustentação aqui nesse
parlamento tem agido com coerência de quem são os responsáveis e
partícipes de um projeto de governo
novo, moderno, focado e incansável". O prefeito ainda fez o anúncio de que
o líder do governo na câmara será o vereador Gilson Rosário/PMN. Do lado de lá,
Pedro de Jesus/PDT fará o papal da líder da oposição.
Antiga gestão - Ao final, Iggor Oliveira não
deixou de falar sobre o problema da longa estiagem e do estrago deixado pela
antiga gestão. "Foi em estado de abandono que encontramos os prédios
públicos: o sucateamento da nossa frota, o setor financeiro deplorável, sem
sequer ter atenção básica com prestadores e servidores do município,
documentação pendente de assinaturas, divida milionária com o INSS ( mais de 19
milhões de reais já constatados). Água, energia elétrica, atraso na folha do
pagamento dos efetivos referente ao mês de dezembro, falta de pagamento do
aporte do Garantia Safra (programa tão importante para os agricultores), dentre
tantas situações que ainda estamos finalizando o levantamento e em outra
oportunidade apresentaremos a cada um de vocês. (...) Somente no dia 02 de
dezembro ao dia 29 de dezembro de 2016, a antiga gestão gastou em torno de 5
milhões com de despesas que temos tido enorme dificuldade para apurar as
informações, (...) cancelamos diversos contratos irregulares; com o recadastramento
identificamos inúmeros funcionários que há anos não apareciam para trabalhar,
aplicando as penalidade legais".
Ele então terminou o discurso citando algumas das ações que já prestaram
ao longo do primeiro mês de gestão.
Diferentemente
dos discursos anteriores, o prefeito citou a palavra transparência apenas uma
vez. Sem dúvida, ela será o calcanhar de Aquiles de sua gestão. Por outro lado,
a condicional "se", foi a palavra mais usada pelo presidente da Câmara, Alexandre Dias, no discurso de
abertura dos trabalhos legislativos.
Trajetória de vida - Sobre o ensaio de qual
marca deixará em sua gestão, tomara que o presidente não contraia o mal do
antigo vereador Rivan Francisco que insistia em tratar de sua trajetória de
vida quando havia alguma oportunidade de falar ao grande público. Alexandre iniciou
o discurso fazendo uma reflexão sobre o seu papel enquanto representante do
povo e falando da trajetória de vida até ingressar na carreira politica.
Adiante, fez o que prega a diplomacia: elogiou os pares, o prefeito e os
presentes.
A nova Câmara - Adiante, Dias falou que naquele
instante, o povo percebia que ali havia "uma casa renovada. A maioria dos
vereadores foi renovado. Eu não estou jamais julgando quem saiu. Isso é muito
relativo. As pessoas acreditam que estamos vivendo uma nova etapa uma nova era.
Temos de apostar também em outras pessoas como aconteceu com o prefeito Iggor.
Nosso município é assim: tivemos 13 mil votos válidos. Temos uma média de 4 mil
fieis a cada grupo político e 5 mil com independência politica. Esse pessoal estava
consciente de que havia de mudar e mudou. A mesma coisa aconteceu nessa casa.
Quantos vereadores já não tiveram de um lado do outro?" Ele citou a si
mesmo que foi secretário da antiga gestão e voltara para o antigo grupo.
"SE" - Apontando o rumo dos próximos
anos, Alexandre alfinetou a administração dando um recado claro de que não fará
o dever de casa como o prefeito quer. "Ninguém é obrigado a ficar com seu
grupo. Se não estamos tendo uma harmonia que esperávamos. Isso o tempo dirá.
Tendo a votação que eu tive, quero é retribuir o que vocês fizeram
comigo", sem é claro agradecer a ajuda dos Oliveira durante a campanha
eleitoral. Por mais que um ou outro rasgue elogio mútuo, a linguagem corporal
entre presidente e prefeito nas imagens e nas fotos revela o contrário.
O novo
presidente ainda deixou nas entrelinhas que fará uma linha independente e
seguirá o próprio destino. A percepção vinha no frequente uso da condicional
"se". "Se nós não estamos afinados, saiba você (se dirigindo a
Iggor) e saiba todos aqui, tenho
reponsabilidade. Porque o que vocês fizeram comigo. Se eu não for candidato
mais nunca, devo meu nome a vocês. Quero o município melhor para todos. Esta
começando agora e se você for o melhor prefeito e passar 10 mandatos, ou se for
um, faça o melhor. Que o senhor faça a sua!"
E mais,
alfinetando o prefeito, tocou numa ferida que é um traço comum na gestão da
família Oliveira: a centralização do poder.
"Vamos trabalhar pelo povo e fazer diferença. Vamos fazer essas
secretarias ter mais autonomia. Que o secretário Amauri possa ter mais
autonomia de chegar . Vamos descentralizar as coisas. Isso é importante para
todo mundo. Se for para resolver urna
funerária, remédio.. para que as coisas agilizem para que não fiquem de forma
de um favor". A secretaria de Educação, por exemplo, não tem mais
autonomia sobre a gestão dos recursos como foi na gestão de Caduda.
Alexandre
concluiu seu aparte falando ainda sobre planos de ampliar a Casa legislativa, a
divulgação das sessões; garantir
acessibilidade aos cadeirantes, além de incluir salas para vereadores.
O que
extrair da apresentação da dupla mais importante na abertura dos trabalhos? Tanto Alexandre Dias, presidente da Câmara,
quanto Iggor Oliveira, prefeito municipal, querem mostrar serviço para garantir
o número expressivo de eleitores daqui a quatro anos. Mesmo que nada tenha sido
declarado, a dupla será adversária no futuro pois tem um objetivo em comum: a
administração do município. Se (novamente) não for como adversário, mas dará trabalho durante a gestão Oliveira
para ganhar dividendos mais adiante.(fotos:divulgação)
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Durante a sessão plenária, o presidente da Casa, Alexandre Dias fez o anúncio
dos membros das comissões do biênio 2017-2018. Confira:
Comissão de justiça, legislação e redação
Presidente:
Pedro de Jesus/PDT
Secretário:
Emilio Souza/PSDB
Relator:
Gileno Alves/PSDB
Comissão de finanças orçamento e fiscalização
Presidente:
Gilson Rosário/PMN
Relator:
Edson de Jesus/PSB
Secretário:
José Raimundo/PSDB
Comissão de Urbanismo, Infra-estrutura municipal
Presidente:
Jaci de Silvino/PSC
Secretário:
Gileno Alves/PSBD
Relator:
Délia Félix/PP
Comissão educação, cultura, saúde e meio ambiente
Presidente:
José Alessandro/PSB
Secretária:
Damares Cavalcante/PMN
Relator:
Pedro de Jesus/PDT
ALEXANDRE DIZ QUE O PREFEITO TEM DE DESCENTRALIZAR MAIS O PODER
Reviewed by Jorge Schalgter Leal
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18:41
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