VITAMINAS PARA ENXERGAR MELHOR E EVITAR CATARATA, OLHO SECO.
Desde a época das grandes navegações até hoje, a vitamina C
coleciona feitos. No passado, livrou milhares de marinheiros do fatal escorbuto
e, hoje, já se sabe que o micronutriente tem participação especial na produção
de colágeno e no fortalecimento da imunidade frente a tumores e infecções –
quem nunca pegou uma gripe e ouviu a recomendação “vitamina C e cama”?
Grande parte das vantagens vem do seu poderoso efeito
antioxidante. É que o nutriente mais célebre das frutas cítricas combate os
radicais livres, aquelas moléculas que, em excesso, danificam as células do
corpo. Com uma propriedade dessas, fica fácil entender por que o currículo da
substância vive crescendo. Seu último emprego, recém-divulgado por estudiosos
do King’s College London, na Inglaterra, é atuar em defesa dos olhos.
(...) O estudo britânico não é o único a dar
motivos para colorir o menu com laranja, mexerica, limão, acerola e
companhia. Publicada neste ano, uma revisão de 30 trabalhos científicos também
concluiu que a catarata está mesmo na mira da vitamina C. O artigo assinala que
seu consumo fez cair em 17% a probabilidade de uma pessoa encarar o problema.
“A ingestão do nutriente deve ser indicada para a prevenção primária
da doença”, ressaltaram os autores.
Quanto ingerir de vitamina C
Mas, afinal, o que seria um consumo adequado da substância?
“Para os homens, recomendamos 90 miligramas ao dia. E, para as
mulheres, 75 miligramas”, informa a nutricionista Cristiane Cominetti, do Grupo
de Pesquisa em Genômica Nutricional da Universidade Federal de Goiás.
Para ter ideia, uma laranja concentra cerca de 40 miligramas de
vitamina C. Já 100 gramas de pimentão amarelo ostentam nada menos que 200
miligramas do micronutriente.
Agora, há uma estratégia para aproveitá-lo ao
máximo: tem que priorizar o alimento in natura. Se decidir cozinhar, a saída é
utilizar a água do cozimento em outras receitas, como sopas ou carnes.
“Vitaminas hidrossolúveis, como a vitamina C, podem se perder no caldo da
cocção”, justifica a nutricionista Carla de Morais, pesquisadora da UFG. Quanto
aos sucos, ela conta que também tem artimanha: “Beba logo após o preparo porque
a vitamina C é sensível a variações de temperatura”.
Investigadores de várias partes do mundo envolvidos na
pesquisa chegaram até a bolar um suplemento em cima disso – ele inclui zinco,
cobre, ômega-3 e carotenoides, como luteína e zeaxantina, além
das vitaminas C e E. A última, só para dizer, está nos
peixes, no ovo e nas oleaginosas.
(...)
Repor a vitamina D em caso de ausência dessa substância – embora
esteja nos peixes e nos lácteos, a principal fonte são os raios solares –
também teria efeito benéfico. Um estudo coreano que examinou dados médicos de
mais de 17 mil adultos concluiu que baixos índices da vitamina no organismo
deixa o sujeito mais predisposto à vermelhidão e à coceira nos olhos
características da doença.
Porém, ainda não há consenso em relação à suplementação nesse
cenário. “São necessários mais estudos para saber a dose exata a ser
prescrita”, relata Min.
Enquanto isso, outra indispensável no cardápio é a vitamina
A, encontrada no bife de fígado, no leite, na gema de ovo, na cenoura, na
abóbora e no espinafre. Estima-se que cerca de 17,4% das crianças e 12,3% das
mulheres nas cinco regiões do Brasil tenham déficit da substância.
A questão é que esse descuido tem pelo menos duas
consequências: o olho seco (nesse contexto, a complicação, chamada também de
xeroftalmia, é causada pela falta do micronutriente) e a cegueira noturna,
caracterizada pela dificuldade de enxergar à noite ou na penumbra.
Compreensível: dentro do corpo, a vitamina A ativa a produção da rodopsina, uma
proteína dos bastonetes, as células do olho que nos ajudam a diferenciar o
claro do escuro e a ter visão periférica.
Não à toa, dietas muito restritivas ou repletas de junk food
– que fazem a tal vitamina sumir do organismo – estão associadas ao mal.
“Quando a cegueira noturna é detectada, é necessário fazer a reposição do
nutriente via suplementação para reverter o quadro. Depois, você
assegura os níveis com a alimentação”, ensina a nutricionista Jacqueline
Faustino, pesquisadora da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto. Pois é:
um menu variado e multicolorido não faz bem só para o paladar, mas
também para os olhos. Em todos os sentidos.
Problemas oculares comuns e
influenciados pelo cardápio
Catarata: ocorre
quando a lente do olho, o cristalino, começa a ficar opaca. A visão se torna
embaçada e desbotada. Pode levar à cegueira.
Degeneração macular
relacionada à idade: doença degenerativa da retina que provoca uma
perda progressiva da visão. O indivíduo enxerga linhas tortas e pontos escuros.
Síndrome do olho seco: provocada
por alterações na composição e na produção da lágrima, resulta em secura,
vermelhidão, coceira, ardência etc.
Cegueira noturna: o
portador tem dificuldade de enxergar à noite ou na penumbra. A deficiência de
vitamina A está ligada ao surgimento da condição.
Outros compostos benéficos para a visão
Ômega-3: presente nos peixes gordurosos,
como salmão, sardinha e atum, ajuda a lubrificar os olhos e mantém a
integridade das células da retina.
Ômega-6: é
detectado nos óleos vegetais, nos ovos e em sementes. Tem um papel semelhante
ao do ômega-3 no combate e na prevenção à síndrome do olho seco.
Luteína e zeaxantina: da
família dos carotenoides, estão na alface, no brócolis, na rúcula, na gema de ovo e no milho. Atuam como antioxidantes na retina e nas
lentes oculares.
Zinco: itens ricos
no mineral, como carne, frutos do mar, leguminosas, oleaginosas e pescados,
auxiliam a vitamina A a fazer melanina, que afasta a cegueira noturna.
Cobre: está nos
cereais integrais, nas frutas secas, nas nozes, nas ostras e nos mariscos. Sua
função é evitar a morte de células no fundo do olho e a degeneração
macular.fonte:revistasaudeevital
VITAMINAS PARA ENXERGAR MELHOR E EVITAR CATARATA, OLHO SECO.
Reviewed by Jorge Schalgter Leal
on
21:59
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