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SECRETÁRIA NÃO COMPARECEU À CÂMARA, MAS ENVIOU GRUPO PARA FAZER RELATÓRIO DA PASTA

A última sessão plenária da Câmara legislativa de Poço Verde, realizada na terça-feira passada, 26, anunciava que a secretaria municipal de Saúde, Cleonice Silva, estaria presente para fazer a prestação de contas da pasta. No entanto, alegando problema de saúde, ela não compareceu. Enviou uma comissão formada por técnicos da secretaria para atender ao requerimento do vereador Amaury.

A celeuma em torno da apresentação foi criada pelo líder da oposição, João Ramalho/DEM. Para ele, era inadmissível a ausência de Celonice já que o grupo não tinha portaria tampouco documento que respaldasse a discussão em plenário. Amaury também concordou citando a lei municipal que exige a presença de cada secretário para vir prestar contas na câmara a cada seis meses. No entanto, acataria a proposta de um dos técnicos de que eles usariam a prerrogativa de uma lei federal que garantia a exposição do relatório. Feito os apartes, o grupo encabeçado por Roberto Viana, auxiliar administrativo da secretaria, abriu a explanação.

Antes de apresentar o relatório, Roberto ouviu ainda críticas do vereador Jaci de Silvino e apoio das vereadores Damares Cavalcante/PMN e Delia Félix/PSB. "Não sou contra a apresentação. Não quero dizer que vocês não tenham capacidade de apresentar mas quem tem de fazer a defesa é a secretária. A gente quer saber os números para onde foram as verbas. Por que falta médico no hospital e por que os amigos têm de comprar receita azul que o hospital sempre teve por má administração que fosse. (...) Ela tem medo de encarar as pessoas. Que venha e diga quem está comendo o dinheiro da saúde. Eles têm capacidade, mas não vão dizer o destino do dinheiro tal qual ocorre na educação!", pontuou Jaci.

Roberto então apresentou o relatório da secretaria de saúde focado nos seguintes pontos: o organograma da pasta; dados sobre os recursos advindos de vários órgãos do governo federal e da própria secretaria. Até o período aferido, Poço Verde captou transferências do Ministério da Saúde no valor de R$ 2.501.570,07 distribuídos em Assistência farmacêutica, Atenção Básica, Média e Alta complexidade e vigilância em Saúde. À medida que o auxiliar administrativo Roberto citava os números sobre equipes da saúde, a quantidade de médicos, o vereador democrata João Ramalho interpelou afirmando que não queria ouvir a parte teórica. A justificativa da pressa foi explicada logo em seguida, estava em campanha eleitoral e preferia estar em atividade política nas ruas. Naquela noite, visita pelas ruas eram muito comuns por parte das duas coligações que pleiteavam um cargo na eleição 2016.

Durante a apresentação de outra funcionária da saúde, o líder da oposição quis saber das ações da saúde uma vez que dezenas de crianças nas escolas estavam sem atendimento do programa Saúde Bucal. A funcionária confirmou que o programa está parado deste o ano passado. "O programa foi um dos maiores anseios da atual secretária. Devido a tantos dentistas e assistentes e todas são concursados ou se pagam os concursados ou compramos material. Vejo de fora e penso que quem assumir pega uma bomba. De fato, o senhor está correto. Não temos dinheiro para comprar material odontológico e é muito caro. Não se inventa: ou tem material ou não tem", explicou. Mais adiante, ela citou o exemplo do atendimento médico que não parou. "Não é como o Programa de Saúde da Família-PSF que o enfermeiro pode administrar a situação atendendo a gestante. Por isso os atendimentos não pararam. O repasse é muito pequeno para administrar e vale a pena trabalhar em Poço Verde, porque os salários são altíssimos", explicou a funcionária. Sobre a falta constante de médicos, ela ainda concluiu que atualmente existem apenas três médicos no PSF: um atuando no povoado Tabuleirinho, no S. José e outro no povoado Amargosa.

João ainda foi adiante e argumentou que moradores do Amargosa relataram que o médico não aparece por lá há cinco meses. A última vez que atendeu no posto caindo aos pedaços, pediu voto para o grupo da situação. "É uma saúde de mentiras por que um prefeito que tem um governador aliado, uma secretaria aliada do governo e o prefeito não teve a capacidade de angariar recursos para outras esferas para atender os anseios da comunidade".

A próxima convidada do grupo relatou sobre os trabalhos do Núcleo de Apoio à Saúde da Família e sobre o corpo de profissionais que trabalham na área. A última coordenadora a falar foi Paloma, a respeito do setor de epidemiologia. Ela forneceu números curiosos a respeito do que foi diagnosticado nas visitas familiares. De janeiro a junho deste ano, Poço Verde já teve 6 casos de óbito em idade fértil. "Dois deles morte materna descartada e 4 estão em investigação. O Ministério da Saúde exige uma investigação para a equipe de saúde". Além disso, houve 9 óbitos infantis: quatro investigados por má formação - problemas de saúde com doenças transmissíveis. Foram vacinadas 4.644. pessoas incluindo crianças (de 0 a 12 meses atendeu 62% dessa população; 1-5 anos 68%, de 9-15 anos 66% e aqueles da fase adulta 71% foram vacinados); sobre a campanha anti-rábica, num universo de 4.300 cães, 3.822 foram vacinados; e em torno de 900 gatos. Foram diagnosticados em Poço Verde este ano 9 casos de Hanseníase (seis em tratamento e 3 em ato de cura); 2 casos de tuberculose (um em tratamento e outro em ato de cura). E mais: dos 82 casos de dengue, apenas 6 foram confirmados por laboratório.

Foi nesse ponto que o vereador da oposição quis saber onde e quem é o responsável. Foi a vez de Roberto Viana explicar que  o Laboratório São Lázaro era o responsável, mas no "mural do hospital diz que o responsável é o ex-prefeito Antônio da Fonseca Dória", alfinetou João Ramalho confirmando com uma imagem que ele assegurava ter no celular enviado via aplicativo de bate-papo.


A noite seguia quando o vereador Amaury se deu por satisfeito com a apresentação do grupo parabenizando inclusive uma prima sua presente no grupo. Quem achava que tudo iria terminar com elogio e crítica ao governo, enganou-se. Pela primeira vez vimos a vereador Délia Félix indignada com um dos pares. Falando diretamente à colega Damares Cavalcante, desabafou. "Nós estamos diante de pessoas esclarecidas. O povo sabe, pensa, cada administração é responsável pela sua administração. Eu só não entendo como um vereador que passa 4 anos fazendo parte de uma administração e sua filha como secretária, veio perceber que sua administração é ruim na véspera da eleição. Aqui não é lugar de palanque. Somos representantes legais do povo. O povo não é besta ficar com 8 vereadores e na véspera deixa!". (foto:Tiago)
SECRETÁRIA NÃO COMPARECEU À CÂMARA, MAS ENVIOU GRUPO PARA FAZER RELATÓRIO DA PASTA Reviewed by Jorge Schalgter Leal on 14:08 Rating: 5

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