VEREADOR TENTA JUSTIFICAR, SE CONTRADIZ E FAZ MAIS DENÚNCIAS
O
vereador da oposição, Jaci de Silvino, bem que poderia ter se aproveitado da
frase do pensador Enéas "Eu sou responsável pelo que falo, não pelo que
você entende!", para justificar o mal estar causado pela matéria (clique
aqui para conferir) publicada aqui na Cnnpv há quinze dias. No entanto, na
tentativa de amenizar seu discurso, ele agravou ainda mais o problema junto à
clínica da saúde. E o pior, fez mais denúncias estendendo desagravos
ao ex-colega vereador, César Elias, à nova secretária municipal de saúde, Cleo
Tavares e ao prefeito Thiago Dória.
Todo texto é aberto a interpretações. Alguns leitores, por exemplo,
ampliaram o leque de informações colocando mais lenha na fogueira ao repassar o teor da primeira reportagem. Na matéria em questão, nós não
fizemos nenhuma referência a "enfermeiras" que estariam envolvidas no
caso; sequer o próprio substantivo fora citado. No mais, o fato de o vereador
Jaci ter recebido a informação de "funcionárias" (como está relatado
no texto), foi logo corrigido pelo nobre vereador durante a sessão desta
segunda-feira, 02, na câmara legislativa, que descobrira que a pessoa não faz
parte do hospital. Ele inclusive pediu desculpas às funcionárias do antigo
hospital que estavam presentes na câmara pelo mal entendido.
Voltando à frase que Jaci tinha dito e acabou chocando a
sociedade, a percepção que nós tivemos no momento em que a sentença foi dita
pelo vereador em plenário foi justamente aquela que passamos para o leitor. Durante sua explanação em plenário, Jaci afirmou que
"estão usando para parte da pornografia. Médicos usando pessoas do próprio
hospital. A direção tem de prestar atenção para não ocorrer mais. Se fosse eu
que tivesse visto, tinha quebrado a porta para ver de perto!", supondo um
flagrante em pleno ambiente de trabalho.
Ora,
nenhum vereador quebraria uma porta de uma instituição somente porque ouvira
uma pornofonia (e não pornografia como o termo é normalmente usado). A palavra
em questão remetia claramente ao ato sexual caso houvesse o flagrante delito.
Prova disso, é que no
afã de
se explicar, Jaci não só confirmou nossa percepção como piorou o problema,
contradizendo-se em plenário logo após pedir desculpas aos funcionários.
"Eu não tenho muito
que justificar. (...) O que eu citei e falei para tomar as providências que
tava fazendo do hospital um bordel. Um médico..um médico. Não falei de
enfermeira. Eu digo a vocês, se algum de vocês tivesse problema no hospital e
eu tivesse visto, eu dizia e dizia quem era. Eu digo é a enfermeira fulana de
tal. Eu não citei o nome de vocês; eu tenho o maior respeito por vocês, pelo
trabalho de vocês...chego no hospital. Sou adversário.. eu não andava nesse
hospital. Tô andando agora há poucos dias por questão minha, mas até hoje não
fui maltratado.. sempre lá as pessoas me atendem bem. Eu não sou muito de
conversa. Chego lá com o pessoal ...boto lá e saio e deixo à vontade. Agora eu
digo a vocês o que eu falei sobre o medico eu tenho testemunha . O nome do
médico vai ser citado se me procurarem ...e se me botarem na justiça vai ser
citado. Quem é o medico e eu acho que a maior parte dos funcionários sabe quem
é. Eu não vou citar o nome. Só peço aos médicos que me perdoem e eu não ter
dito o nome do médico que já era para
ter citado o nome dele . Não tenho medo. Dr Deraldo disse que vai botar na
justiça. Pode botar na justiça... eu não tenho medo. Não tou aqui para ter medo
de ninguém. Tou aqui para respeitar. Eu respeito a todos e quero respeito.
Agora o professor ele me aguarde. Ele vai ter uma conversa comigo de homem para
homem só nos dois para conversar e ele vai se explicar porque ele colocou dessa maneira. Eu quero
saber disso. (...) Esse professor não perde por esperar. Não é uma ameaça. Eu
quero conversar com ele e quero que ele me diga na minha frente que eu foi isso
que eu falei que as enfermeiras estavam traindo o marido. Tava nada, eu não
falei sobre enfermeiras eu falei sobre um médico. A pessoa que acompanha o
médico que teve esse problemas não trabalha no hospital. Agora se me procurar
vai ter. Vamos para o juiz , vamos para onde quiser. O que eu disse aqui
..estão fazendo de um bordel. Isso eu falei. E eu não nego para ninguém não. O
hospital e para tratar de doente não é para fazer o que vem fazendo",
afirmou em plenário.
Ora dizer
que não ofendeu as funcionárias da clínica da saúde e logo depois afirmar
categoricamente que o ambiente de trabalho é um bordel. Fica a pergunta então:
afinal de contas, o que é um bordel? A afirmação sem dúvida alguma revela o
grau de promiscuidade que o vocabulário do vereador chegou a ponto de dizer que
a gente não mostrou a real percepção de sua frase. E o pior, ver a maioria dos
vereadores defender o vereador e que ele em nenhum momento não insinuara nada
daquilo que a gente mostrou na matéria supracitada. Afinal, é comum aos pares defenderem um colega em plenário.
Depois de
fazer sérias acusações contra o ex-colega César Elias, Jaci disparou contra a
atual secretária municipal de Saúde, Cleo Tavares. "Cadê a direção do
hospital. Eu não vou botar culpa em enfermeira não. Agora os diretores é que
deviam acompanhar. Um motorista falou para mim que a secretária falou que
economizou 16 mil reais. Não tem médico, não tem papel toalha, não tem papel
higiênico, não tem álcool para passar nas mãos (...) nem nas macas das
ambulâncias...Para que essas economias para botar no bolso ..para contratar a
irmã que ela contratou e botou como secretária agora. É para isso as economias?
o dinheiro da saúde não é para economizar... é para gastar direito!",
disparou.
Não dando
por satisfeito, Jaci atacou também o prefeito Thiago Dória
afirmando que tinha documento para provar a respeito do que tratava naquele ínterim. "A crise é a administração que ele não sabe administrar. Ele só
sabe passar a mão no dinheiro público
para ele fazer piscina e festa.. e festa todo domingo. É isso que ele
faz. (...)!" e conclamando o público presente a derrubar o prefeito, Jaci
disse: "vamos se unir, vocês não estão vendo que o prefeito está passando
a mão no dinheiro público vamos se unir e derrubar esse idiota. Nós temos
condições de fazer isso. E porque nós não faz? ...", concluiu.
Para o
vereador Gilson Rosário, o teor da frase do vereador Jaci publicado na última
matéria foi "distorcido" pela CNNPV. A vereadora Damares Cavalcante
assegurou que Jaci é inocente em relação ao discurso dado. "O que Jorge
disse quem vai provar é ele"; Amauri também levantou o coro e afirmou que
tudo foi "distorcido".
OUTRA METRALHADORA - O vereador João Ramalho caracterizou como
"fofoca": "nós seres humanos..é muito fácil acreditar em fofoca
do que ver a realidade". Ele ainda instigou as pessoas a solicitarem o
áudio na câmara para analisar a veracidade dos fatos; e concluiu com seu
discurso apontando várias denúncias contra a pasta da saúde:
"É
impressionante a falta de respeito que esse prefeito tem feito com os
trabalhadores municipais. Tem um enfermeira com 6 meses sem receber o salario.
A secretária de Ação Social, que é a esposa do prefeito, está com oito meses
sem receber. Pelas informações que eu tive ela nem está indo mais para
secretaria.(...) a pessoa trabalha quase um ano sem receber. Imagine se a própria esposa do prefeito sem receber
imagine os funcionários. Muitos não querem se expor por causa das represálias.
Em contrapartida, desperdício de dinheiro do serviço público. Recebi do
whatsapp a equipe do Saúde Bucal na clinica da família estão desde dezembro sem
efetivar uma limpeza ou obturação por falta de material. Os quatro dentistas e
os quatro auxiliares estão em casa desde o mês de dezembro recebendo o salário.
(...). A Saúde Bucal está sem nenhuma funcionalidade. (...)"
Ramalho
alegou ainda que o rapaz que morrera no fim de semana anterior não teria
morrido se o atendimento do pronto-socorro estivesse funcionando normalmente.
Falou da demora no atendimento dos médicos plantonistas e do "rombo da
Caixa econômica federal. Empréstimos consignados que a prefeitura descontou e
não encaminhou. São valores que chegam a 360 mil reais que a prefeitura deixou
de repassar. A prefeitura usou o dinheiro indevidamente e não repassou. Muitos
(funcionários) tiveram o nome negativado no SPC".
Ele ainda
criticou a falta de médicos no Programa Saúde na Família que não tem atendido
nas comunidades e citou nominalmente o médico que há 4 meses não comparece no
povoado Lagoa do Junco. Sua metralhadora verborrágica ainda alfinetou o pessoal
de Endemias "que até hoje não há qualquer sinalização para tratar da saúde
no município de Poço Verde. Vão para as rádios dizer que Poço Verde não tem um
caso de dengue!". Ramalho fizera requerimento para que o grupo fosse dar
maiores explicações utilizando a tribuna livre da Câmara.
Numa
sessão cheia de fofocas, fatos e versões, o presidente da Câmara Pedro de Jesus
encerrou sem dar partido algum e deixando que os presentes tomassem suas
conclusões. A CNNPV até o momento não recebeu nenhuma resposta do prefeito
Thiago, da secretaria Cleo Tavares e de Valdiana, coordenadora da Dengue após envio de mensagem.
Atualizado em 8/5/2016:
17h50min Valdiana informou à CNNPV que "dito ou não dito, ele colocou todas as funcionárias do hospital em uma situação difícil". A respeito de não haver nenhum caso de dengue em Poço Verde, Valdiana assegurou que "isso era quando fazia parte da coordenação. Hoje é minha amiga Paloma. E o trabalho continua (...) inclusive nos dias 24 e 25 deste mês sairá com a brigada estadual". Hoje, ela é coordenadora do hospital.
Simone Santos, que também pertence ao quadro de Endemias, afirmou que "se depender da supervisão, essas pessoas jamais terão satisfação com respeito do trabalho de endemias. Me comprometi com a promotora e até assinei um documento para levar todos os meses relatórios e anexos de tudo que fazemos e encaminhou a outros setores ou pessoas dentro das nossas possibilidades e o que nos é possível fazer. Eles querem ibope político, perda de tempo!".
Atualizado em 8/5/2016:
17h50min Valdiana informou à CNNPV que "dito ou não dito, ele colocou todas as funcionárias do hospital em uma situação difícil". A respeito de não haver nenhum caso de dengue em Poço Verde, Valdiana assegurou que "isso era quando fazia parte da coordenação. Hoje é minha amiga Paloma. E o trabalho continua (...) inclusive nos dias 24 e 25 deste mês sairá com a brigada estadual". Hoje, ela é coordenadora do hospital.
Simone Santos, que também pertence ao quadro de Endemias, afirmou que "se depender da supervisão, essas pessoas jamais terão satisfação com respeito do trabalho de endemias. Me comprometi com a promotora e até assinei um documento para levar todos os meses relatórios e anexos de tudo que fazemos e encaminhou a outros setores ou pessoas dentro das nossas possibilidades e o que nos é possível fazer. Eles querem ibope político, perda de tempo!".
VEREADOR TENTA JUSTIFICAR, SE CONTRADIZ E FAZ MAIS DENÚNCIAS
Reviewed by Jorge Schalgter Leal
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09:39
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