TABULEIRINHO DÁ BANHO DE ÁGUA FRIA NOS VEREADORES NA 1a SESSÃO ITINERANTE

A primeira sessão itinerante da Câmara legislativa na gestão do presidente Pedro de Jesus foi realizada no pátio externo da Escola Municipal Veridiano Zacarias de Oliveira, no povoado Tabuleirinho na última terça-feira, 19. Apesar da divulgação às pressas via rádio, veículo sonoro e pelas redes sociais, pouca gente compareceu ao convite.

Presentes ao encontro legislativo, o ex-prefeito Everaldo Oliveira, o pré-candidato a prefeito pelo PSC, Iggor Oliveira, além de líderes da comunidade a exemplo de Manuel Gregório, Derlaine Reis, Ronaldo Santos...

Após ouvir a explanação dos vereadores acerca das indicações com intuito de trazer melhoria ao povoado, a sessão acabou se tornando um banho de água fria para o grupo de parlamentares. Mais adiante, foi explicada a razão pela qual populares não fizerem questão alguma de estarem presentes na visita dos vereadores: a população estava cansada de ouvir promessa e descontente com a atuação dos vereadores e do prefeito municipal.

Ficou latente que a representatividade da comunidade percebeu o grau de dificuldade que o povo está passando e demonstrou sua indignação diante da falta de ação do governo. Considerado com um dos líderes da comunidade, Ronaldo Santos resumiu claramente  a expectativa dos moradores. "Não adianta a gente questionar porque nada acontece. O Tabuleirinho tem mais de 700 eleitores, e hoje mais de 50 cadeiras vazias. O pessoal não aguenta mais tanta promessa e nada. Visitei as pessoas aqui e (...) me falaram que tocariam até fogo na proximidade para não ocorrer a reunião. Vocês viram uma fumacinha no início da sessão... O povo está revoltado!".

Outro morador presente ao evento notou algo que é notório durante uma sessão legislativa (e já foi pior): a dispersão de muitos vereadores durante o debate. William alfinetou o grupo parlamentar ao indagar com que grau eles se dispersam durante a aprovação ou não de um projeto em questão.  "Eu acredito que se tiver um projeto importante vão aprovar um projeto que não deveria ser aprovado. O Tabulerinho está cansado de teoria, queremos ver as práticas. Queremos ver o calçamento das áreas de expansão. Foi feita a promessa na eleição e até agora nada!".

Outra moradora, Glaucia, apontou a problemática da conclusão do posto de saúde denunciada também por alguns vereadores. O pré-candidato a prefeito Iggor Oliveira aproveitou o direito a fala para ressaltar que fizera denúncia sobre a conclusão dos postos tanto naquela comunidade quanto no povoado Saco do Camisa.

Fazendo uso da palavra, Iggor afirmou que a obra do Tabuleirinho foi orçada em R$ 241.610,03 em 2012 e apenas 48% da obra foi concluída. "Foram pagos 20 mil reais na primeira parcela e 130mil reais já pagos! Já no Saco do Camisa, a obra foi orçada em 223 mil reais e apenas 39% da obra foi concluída. O construtor devolveu ao município por falta de atenção e não estava mais a frente do empreendimento. Uma obra tão importante que se encontra abandonada há 4 anos em junho. Tamanho descaso, fiz denúncia da ambulância não está funcionando por falta de peças que custam dez, quinze reais, valores irrisórios. (...) O prefeito tem de ser o gerente da sua população. Bem da verdade que existe uma crise. O prefeito não esteve aqui para ouvir do povo. Quem trabalha com compromisso com as pessoas, não existe crise!".

Já seu pai, o ex-prefeito Everaldo, incitou a comunidade a tomá-lo como advogado numa ação contra a companhia de abastecimento. O intuito receber uma gorda indenização por danos morais frente à cobrança regular na conta mensal sem ao menos ter reservado o direito a ter água na torneira.

Como a gente tem criticado a situação, da mesma forma estendemos a crítica à oposição: se realmente o ex-prefeito quisesse ajudar a comunidade por que não fizera antes? Incitar agora em plena campanha pré-eleitoral só alimenta o quão nossos políticos podem fazer algo pelo bem-estar da população. Contudo, a boa vontade aparece apenas quando lhes é conveniente.

Dando continuidade ao ritual  das considerações finais, poucos parlamentares fizeram uso da palavra. A próxima sessão itinerante deve ser marcada em breve para o Rio Real ou S.José. No mais, o recado foi dado: o povo quer ser ouvido e atendido, pois de promessas ele já está cansado.foto:cmpv