VEREADOR SUGERE UMA CPI PARA VERIFICAR OS DEVEDORES DE IMPOSTOS

 Aqueles dois milhões de reais deram o que falar na última sessão plenária da Câmara legislativa, ocorrida nesta terça-feira,16. Há uma semana, Paulo Caduda, secretário de Educação, afirmou aos professores participantes da jornada pedagógica que um empresário devia aos cofres públicos todo aquele montante. E mais: se fosse pago, 500 mil iriam para a Educação.

"Me deixou muito preocupado. Eu acho que só faltou o professor Caduda informar qual é a empresa para que o município venha a recolher os impostos. (...) a prefeitura e a secretaria de arrecadação estão cometendo um erro muito grave e pode até dar processo. Fiquei preocupado com essa informação!", apontou Gilson Rosário/PMN.

Sobre a assertiva de que os vereadores deveriam cobrar o imposto, Gilson apontou que a explicação de Caduda ajudaria ainda a desfazer a crença perante a população de que os onze vereadores teriam a ganhar com o suposto valor. "O que a população vai falar dos vereadores. Estamos deixando de cumprir a obrigatoriedade. Os vereadores estão calados porque são beneficiados? Quem for o beneficiado vão ser os onze. Queremos saber quem são esses que vão receber?!"

Crente de que não seria um dos beneficiados, João Ramalho, líder da oposição, se gabou afirmando que "meu nome está isento  de qualquer situação quando se refere à campanha política. Quem arrecada os impostos é o prefeito e a secretaria de Finanças. Quem deve colocar a boca no capim são os aliados do prefeito. O que a gente percebe é que a prefeitura não tem responsabilidade sequer de encaminhar as informações demandadas pelos vereadores. O vereador Gileno solicitou a lista das empresas com dívida ativa e até agora nem tiveram a responsabilidade de enviar". O democrata reclamava a demora no envio de informações tanto em relação aos devedores ao erário público quanto às informações sobre o fim dos 903 mil reais do Fundeb no final da gestão anterior.

"Em 2008, um dos maiores devedores de IPTU era o ex-prefeito, Toinho de Dorinha. Gostaríamos de ver também a lista de pessoas físicas inseridos na dívida ativa.  Se os vereadores pararem para pensar, poderemos abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI, onde a gente vai buscar informações de 2005 para saber se as empresas recolheram o Imposto Sobre Serviços - ISS" ao município.

Aprovando a ideia, Gilson acrescentou que se o requerimento tivesse sido informado a respeito de quem realmente está devendo à prefeitura "saberíamos quais empresas que abandonaram as obras. Segundo, quem realmente está devendo. Temos de saber por que elas deixaram as obras. É preciso que a gente jogue para a sociedade. Será que a prefeitura pagou ou não?! Para saber se a empresa abandonou ou deve. Que dê andamento a CPI!".

Quanto à informação de que os vereadores sabiam o fim dado aos 903 mil do Fundeb, Gilson foi categórico ao desafiar o Sintese local a dizer o que realmente aconteceu já que o processo foi iniciado pelo então sindicalista da época, Caduda, e hoje secretário de Educação. "Se o Sintese já tem conhecimento de como está o andamento e se já localizaram o dinheiro, precisamos saber para dizer a sociedade!". O presidente da Casa, Pedro de Jesus, defendeu a instituição afirmando que, até o momento, "a câmara não recebeu nenhum documento" a respeito.

 Enquanto a sessão da próxima segunda-feira, 22, não chega, alguma justificativa deve vir à tona.