EMOÇÃO E JOVIALIDADE NA PENÚLTIMA NOITE DO CONCURSO

A noite deste sábado (04) foi o penúltimo dia do XI CONCURSO REGIONAL DE QUADRILHAS JUNINAS de Poço Verde. No área interna do CECAF, apresentaram-se "Amor Caipira" de Capela; "Pioneiros da Roça" de Aracaju; "Buscapé" de Lagarto e "Laço e Cangaço" e "Arrasta pé" de Fátima/Ba.

A chave D contava com a campeã do Regional poço-verdense de 2014 e atual campeã do concurso "Levanta Poeira" da Tv Sergipe - a Pioneiros da roça, da capital sergipana. A Pioneiros é aquele tipo de quadrilha adequada para ensinar as demais a receita do sucesso: chamar a atenção do público pela emoção - algo que a gente sempre comenta desde o concurso no ano passado. Tanto que foi com essa dica que a gente sugeriu à Xodó na roça em 2014 para alcançar o sucesso fente ao vanguardismo de sempre.

E foi justamente tocando no emocional do público com a cena de abertura falando do sofrimento do nordestino quanto à falta d`água no sertão que atingiu em cheio o imaginário das pessoas. Elas gritavam e aplaudiam sem antes de conferir o conjunto da obra. 

Com um elenco bem afinado e interpretação ímpar não tinha como não se render ao tema deste ano: "Filhos do sertão - nordestino, sim! Nordestinado, não!".

Some ainda um figurino monocromático remetendo à paleta terra, uma banda também afinada com os passos  e cada dupla se destacando no geral, não havia por que não dá um dez à quadrilha campeã do ano passado. Contudo, a gente cravou meio ponto a menos. Por quê? Ora porque ela também tinha erro no centro com a harmonia comum em quase todas às quadrilhas que já assistimos. O alinhamento e a troca de figurino da metade para o final quebrou o brilho do tema. Logo após o casamento da noiva (diga-se de passagem, muito bem elaborado), o exagero na informação visual dava um ar kitsch à quadrilha quebrando à proposta de trabalho tão bem acertada. No mais, a música de encerramento encheu os olhos, porém não a ponto de subir a nota. (NOTA: 9,5)

Antes da Pioneiros, uma quadrilha de Capela chamou a atenção pela jovialidade. Lembrava bem aquela vontade colegial de fazer bonito não importando o espaço. A "Amor Caipira" tinha algo em especial - sua vontade de brilhar mesmo juntando traços do can-can, balé em meio a precariedade dos passos juninos. Era realmente uma turma jovem, bem antenada, com um figurino à altura da idade deles e crentes de que podiam chegar entre os dez melhores da competição. Mas apenas isso, o grupo formado por 32 componentes precisava mesmo focar na emoção, numa abertura ou "fechadura" digna de respeito. Sem algo impactante não se ganha títulos. NOTA: 7,5

Como era comum os atrasos entre os quadrilheiros, a CNNPV não acompanhou o trabalho das demais. Hoje à noite tem ainda a última rodada num dia bastante cheio para coberturas em Poço Verde: torneio de futvôlei, bringo em prol da saúde de uma ilustre professora, duelo de campões no estádio e, por conseguinte, uma classificatória junina.