A PROPAGANDA É GRANDE, MAS AINDA NÃO É EXEMPLO!
Existe um recurso muito comum entre gestores e empresas que é
divulgar o trabalho por meio de releases (termo em inglês no meio jornalístico
para resumo de um fato promocional ou não). O intuito é chegar ao maior número
de pessoas pelos meios de comunicação. O resultado disso é transformado num
processo também comum - o clipping, que visa justamente monitorar a eficácia
das divulgações. Pois bem, dependendo de uma boa assessoria, isso é levado ao
extremo a ponto de ser bem chato para jornais, sites e revistas justamente por
que maioria dos releases é feito para vender uma boa imagem. Contudo, nem
todo prefeito se dá conta do potencial. Alguns usam bastante, outros nem tanto.
Em relação aos últimos prefeitos de Poço Verde, nunca foi levado muito a sério
haja vista a falta de assessoria de comunicação eficiente.
Na última semana, três meios de comunicação de
Sergipe coincidentemente divulgaram no formato de entrevista a opinião do atual
prefeito, Thiago Dória, destacando-o como um bom gestor frente à crise
econômica no país. O segredo segundo o "release" estaria na
"criatividade", nas palavra do alcaide. "Eu diria que não existe um segredo específico. Existe criatividade.
Desde o início da gestão, sabíamos das renúncias fiscais que o Governo Federal
estava fazendo e, como gestor, deveria respeitá-las, pois seria o IPI o imposto
a ser atingindo, e esse é um dos tributos que vêm para complementar o Fundo de
Participação dos Municípios. Então convoquei os cinco secretários com os quais
deveria contar a partir dali e disse que deveríamos gerir o município com os
poucos recursos que possivelmente iríamos receber. E com pouca gente. E está
provado que é possível, sim, administrar com apenas cinco Secretarias".
O
prefeito só não relatou que a tal criatividade não
estaria na necessidade de enxugar a máquina, mesmo por que nos primeiros anos
de mandato, a prefeitura teve de pagar uma conta amarga justamente por
superlotar a folha de pagamento com CCs, contratação de funcionários e serviços
sem dar conta do recado quer atrasando o pagamento por meses, quer insistindo
em manter a velha prática do antigo gestor, mas de ajudar os mais próximos. E
mais, sacrificar as áreas importantes como Agricultura, Esporte e Cultura não
se trata de criatividade, mas sim de concentração de renda no nepotismo. Nos
primeiros anos, eram justamente os parentes próximos que estavam no alto
escalão do governo Dória. Alguns parentes ainda recebem do governo do Estado
via CCs com salário variando entre R$ 2.500,00
a R$ 6.000,00 como podemos ver no portal da transparência do governo
estadual.
E mais: o
fato de hoje a prefeitura divulgar que faz uma gestão de destaque é resultado
de outros três fatores e não de uma boa gestão, pois as greves dos motoristas
por falta de pagamento prejudicando assim o transporte dos estudantes, o atraso
no salário de contratados e comissionados além do pagamento aos postos de
combustível sempre foi a tônica na primeira metade do seu mandato. A prefeitura
deve agradecer em primeira mão a chegada da fábrica que abocanhou uma mão de
obra barata (e diga-se de passagem lucrativa para empresa). O contigente de
pessoas chamadas para trabalhar aliviou o governo municipal de gerar emprego
com o risco de enfrentar a Lei de Responsabilidade Fiscal. Outro fator foi a
excelente exigência do novo secretário municipal de Educação de repassar os
recursos educacionais para a pasta tornando-a independente. A pasta abrange uma grande parte dos recursos do município. Em poucos meses,
Paulo Caduda não só deu uma guinada no gerenciamento dos recursos como deixou a
pasta livre de transtornos como falta de pagamento no transporte - que tanto
dava dor de cabeça ao governo. Tudo bem, ele ainda falta resolver a
precariedade das escolas. As reformas executadas ainda podem causar transtorno
quando o MP iniciar a fiscalização. Boa parte delas padece de infraestrutura
adequada. E por último, o boom na construção civil. Com uma economia pujante
nos últimos anos, construtoras foram abertas para dar cabo a uma enorme demanda
na construção de imóveis em toda a região poço-verdense atraíndo dezenas de
homens para o trabalho. Tudo bem que com a crise atual e a possibilidade de a
lei das empreiteiras ser revogada na Câmara legislativa, diminuam as
contratações por um prazo curto de tempo. O que não deve ocorrer a partir do
próximo ano. Afinal, é ano eleitoral.
Deve contar
também a herança maldita deixada pelo antigo gestor: as dívidas da última
eleição acabaram caíndo no colo do jovem prefeito que teve de sacrificar
recursos para pagar aquilo que era do
Fundeb - algo que todos nós sabemos. Resultado, professores tiveram de receber
o 13o salário pós-eleição em meses sorteados. Foi justamente esse sacrifício
amargo e aquelas perdas que levaram o prefeito Thiago Dória a repensar a forma de gerir
os recursos, porém a não ponto de tomá-los como exemplo de gestão pública.
Repetindo o velho discurso de que pensa na
coletividade, Thiago afirmou que espera "seguir em
frente, gerindo dessa forma e que os próximos prefeitos que por aqui passarem
esqueçam o poder e comecem a pensar na administração dessa bela cidade de Poço
Verde. É como eu digo: que o façam pensando sempre na próxima geração e
esquecendo um pouco da próxima eleição". Uma coisa é o que é dito no release, no discurso; outra coisa é na prática.
Quem convive com o poder, sabe muito bem que o maior desejo mesmo é manter-se
no poder. Nem que se chega se aproximando mais do povo neste últimos anos de
mandato.
A PROPAGANDA É GRANDE, MAS AINDA NÃO É EXEMPLO!
Reviewed by Jorge Schalgter Leal
on
09:20
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Aplausos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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