CAMPANHA VELADA?!

   Tal qual o ex-presidente Lula fez durante a campanha eleitoral para presidente cuja afilhada venceu o último pleito, o prefeito municipal usou um artifício parecido ao falar em programa de rádio para relembrar todas as obras realizadas pelo Executivo bem numa semana que antecede ao início da propaganda eleitoral no rádio e na tv. 
Dória foi convidado para ser entrevistado num programa de notícias na última quarta-feira (08) por volta do meio-dia e estrategicamente ciceroneado por um ativista. Quem sabe uma campanha velada! Não havia necessidade alguma de lembrar ao povo tudo que fizera durante os dois mandatos. Faltam mais de quatro meses para terminar o atual e poderia muito bem fazê-lo no Natal como numa prévia da despedida honrosa apoiado por um conjunto de cartas importantes.
É fato incontestável que Antônio Dória estará no posto mais alto nos anais da história poçoverdense; feito esse não conseguido por nenhum outro administrador até hoje tamanha a quantidade de benfeitorias ao nosso município juntamente com um Rei de Ouros (governo federal); a Dama de Copas (governo estadual), e o Valete de Espadas (aliados políticos), mas aproveitar-se do momento para relatar as obras teve sim caráter eleitoreiro. 
Poder-se-ia negar de pé junto que não houve articulação alguma feita naquele ínterim ou que ele estava apenas cumprindo sua obrigação; ou que é uma prática fadada a qualquer administrador  tendo em mãos um meio de comunicação tão forte quanto uma rádio comunitária nos dias atuais, mas até onde podemos ir além da propaganda subliminar quando muitos dos mais de 15 mil eleitores não sabem discernir o que está por trás do jogo político?!
Sabemos que o alcaide ou qualquer outro funcionário público podem fazer campanha desde que esteja fora do horário de serviço ou para fugir dos rigores da lei durante os fins de semana ou à noite. Sabemos também que o alcaide tem o direito de escolher seu candidato e lutar para fazer seu sucessor, mas deve por outro lado evitar certos tipos de propaganda de governo fomentando a imagem de que a continuidade partidária deve ser mantida. Se quem está no poder hoje fosse oposição e ainda mais aliado ao partido vermelho certamente como adversário não toleraria aquele tipo de comportamento político. Contudo, como existe uma oposição fraca e passiva temerosa em não mexer com a ordem vigente, a entrevista foi apenas um mal necessário tendo em vista a receita bem dosada de se fazer um prólogo explicando a população que todos os candidatos terão direito a falar naquele instrumento de comunicação por meio de spots e programas pré-gravados tal qual habituamos a ver na tv. Um placebo político!
Não estamos aqui para defender candidato A ou B, porém é nossa obrigação abrir os olhos do povo para fatos que na maioria das vezes passam despercebidos como por exemplo a repentina ideia de reavivar a Lira Santa Cruz tão importante culturalmente para Poço Verde e que foi jogada de escanteio durante os dois mandatos; e agora, em plena campanha eleitoral, estrategicamente foi alçada a abrir portas para convidar jovens e adolescentes interessados no estudo da música. Já imaginou se a nossa liberdade de expressão foi inibida! Poço Verde seria um brinco, mas sem as "porcas"!