MOTORISTAS PARALISADOS, CENTENAS DE ESTUDANTES DO INTERIOR FICAM SEM AULA

   O ano letivo iniciou mal para centenas de crianças e adolescentes da educação municipal. Com o pagamento em atraso há meses, motoristas que prestam serviço transportando alunado no interior paralisaram por tempo indeterminado. A prática é uma constante nos últimos anos do governo Dória. Só em 2011, foram em torno de cinco delas arrastando por dias o fim do período letivo e prejudicando a comunidade escolar por quase todo o interior de Poço Verde. O Executivo põe a culpa no governo federal pela demora no repasse de recursos; a mesma cantilena vem da empresa vencedora da licitação em relação à administração local; os motoristas alegam que a contratante não repassa o dinheiro; professores ficam à mercê do transporte bem como os alunos. Esses ficam num misto de tristeza porque não inaugurarão o material escolar a contento e raiva porque deverão continuar ajudando os pais em casa e na roça. Aos pais, resta aguardar o fim da novela cujos capítulos renderão pontos negativos num ano eleitoral. 

   Desde sexta-feira (03), a CNNPV aguardava uma posição da Secretaria municipal de Finanças. Entramos em contato via rede social (hoje em dia mais prático do que o celular), mas a resposta no domingo é a de que ainda não estava a par do assunto e que retornaria em breve. Há informações de que houve uma reunião entre a empresa, motoristas e representante do governo municipal no último sábado (04), porém sem sucesso. O fato é que nesta segunda-feira (06) e enquanto houver disposição para o efetivo pagamento em atraso, motoristas continuarão de braços e pernas cruzados até que a situação se normalize. Outro problema é que os grevistas tendem a voltar ao batente mediante o pagamento de um ou dois meses, quando dívidas enormes ainda não foram sanadas tampouco normalizada a situação financeira dos prestadores de serviço. Como a gente frisou várias vezes, por trás de todo esse atraso há famílias para sustentar; pagamento a posto de combustível para resolver entre funcionários e manutenção do transporte, cujo valor ultrapassa haja vista as péssimas condições de algumas estradas. Elas mais danificam o veículo do que colaboram na manutenção do serviço à população escolar! É necessário que a secretaria municipal de Planejamento em conjunto com as pastas da Administração, Finanças e  Educação tentem viabilizar uma outra alternativa de investimento para não ficar limitados à verba do governo federal. Do contrário, colherão um fruto amargo diante de tantos erros grosseiros - prato cheio para a oposição que precisa disso!