AMIANTO E OS TIPOS DE CÂNCER

Algranti esteve recentemente no Seminário Internacional sobre
Amianto, que aconteceu em Campinas, no interior paulista. Lá, ele se juntou a
outros especialistas para debater o impacto do amianto, também chamado de
asbesto, na saúde e quais medidas deveriam ser adotadas para bani-lo das nossas
terras. Foi nesse encontro que a americana Linda Reinstein, presidente da
Organização de Conscientização das Doenças do Asbesto, ressaltou que 58 países
já proibiram o uso do material. Para ter ideia, a Finlândia adotou a medida em
1982.
“Os danos do amianto não são novidade. Na década de 1930 eles já
haviam sido descritos”, relata Algranti. Em resumo, são quatro as principais
doenças decorrentes dele:
Placas pleurais — trata-se da deposição do material na
membrana que recobre a parede do tórax e dos pulmões (a pleura). Se extensas,
abalam a respiração.
Asbestose — é uma fibrose do tecido pulmonar. Falta de
ar é um sintoma comum. Em situações graves, mata por insuficiência
respiratória.
Mesotelioma — estamos falando de um câncer que acomete a
pleura. Embora seja considerado raro, quase a totalidade dos casos está
associada ao contato com o amianto. Foram registrados cerca de 1 mil mortes de
mesotelioma no Brasil, porém a epidemiologista Ubirani Barros Otero,
coordenadora de Prevenção e Vigilância do Instituto Nacional do Câncer, garante
que os números oficiais são menores do que a realidade.

Além dessas encrencas, tumores de laringe e ovário já foram
associados ao amianto, segundo a Agência Internacional para Pesquisa em Câncer.
E é provável que ele também cause essa enfermidade no tubo digestivo. “Do ponto
de vista de saúde, não faz sentido manter a comercialização dessa substância”,
arremata Algranti.
Ameaça para quem?
A princípio, uma pessoa que mora debaixo de uma telha de amianto
ou bebe a água vinda de uma caixa feita desse material não deve se preocupar.
Essa substância provoca males quando é aspirada pelas vias respiratórias, o que
acontece dentro das minas e nas obras, principalmente na fase de demolição.
Agora, se você acha que é pouca gente, tenha em mente que há quase 3 milhões de
empregados somente no setor da construção civil. Mais: existem vários relatos
vindos da Europa de casos de mesotelioma nos entornos de fábricas ou entre
esposas de trabalhadores.
Por movimentar bastante dinheiro, há quem defenda que o
banimento do asbesto afetaria significativamente a economia nacional. “Isso não
é verdade. Temos à disposição outras fibras sem esses efeitos e que poderiam
ser incorporadas nas fábricas”, opina Algranti. Segundo ele, um trabalho da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) mostra que a diferença de custo
delas para o amianto não é tão grande — e tenderia a diminuir com o tempo. “O
maior impacto econômico ocorreria em cidades pequenas que dependem das minas,
mas é possível contornar o problema com políticas públicas”, afirma o
pneumologista.
São Paulo, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e
Pernambuco criaram leis para impedir a comercialização de asbesto há anos.
Porém, há uma ação no Supremo Tribunal Federal que pede a anulação dessas
normas por supostamente irem contra a Constituição. Ela ainda não foi julgada.
Cabe a nós ponderar se realmente vale a pena manter a produção de amianto
frente a todos os estragos que ele provoca na saúde nacional. Fonte:saudeevital
AMIANTO E OS TIPOS DE CÂNCER
Reviewed by Jorge Schalgter Leal
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14:42
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