CORTE SERGIPANA PODE PERDER AUTORIDADE PARA JULGAR CORRUPTOS
Políticos denunciados por corrupção e que tiveram suas contas
reprovadas pelo Tribunal de Contas do Sergipe podem conseguir anular as
decisões por causa de uma falha estrutural do Tribunal. O argumento é que as
contas deles não foram auditadas por técnicos com a competência legal para
fazê-los, mas por apadrinhados dos conselheiros, todos ex-políticos.
O Tribunal de Contas do Estado do Sergipe possui 306
funcionários comissionados, uma quantidade superior até à dos que prestaram
concurso, que somam 240. A proporção entre concursados e apadrinhados é uma das
piores do país. No Tribunal de Contas de Pernambuco, considerado referência por
ter na presidência um técnico de seus quadros, não um ex-político, a relação
entre concursados e comissionados também é bem diferente: são 700 servidores
que fizeram concurso, contra apenas 100 indicados.
Um dos casos que mais chamam a atenção é o do ex-prefeito de
Capela Manoel Messias dos Santos, conhecido como Sukita. Ele já chegou a ser
preso pela Polícia Federal sob suspeita de lavagem de dinheiro e é alvo de doze
processos por improbidade administrativa e irregularidades eleitorais, além de
responder a outras duas ações criminais.
O tribunal havia rejeitado suas contas de 2009 na prefeitura,
mas ele recorreu em março do ano passado. No início do outubro deste ano, o
Ministério Público de Contas concordou com a tese da defesa, que pediu a
nulidade do julgamento, devido à incompetência legal de quem as auditou.
"Por mais que estejam comprovados desvios e malversação de
recursos, os corruptos, infelizmente, neste caso, estão com a razão", diz
Lucieni Pereira, presidente da Associação Nacional dos Auditores de Controle
Externo dos Tribunais de Contas do Brasil. O Tribunal de Contas de Sergipe está
tão - ou mais - desmoralizado quanto Sukita.fonte:veja / foto:jornaldodia
CORTE SERGIPANA PODE PERDER AUTORIDADE PARA JULGAR CORRUPTOS
Reviewed by Jorge Schalgter Leal
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20:06
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