AMANHÃ TEM FESTA DE HALLOWEEN, MAS REVER CONCEITOS É PRECISO!

Amanhã (31), mais uma escola festejará um dos traços folclóricos mais importantes dos países de língua inglesa: o Halloween. A juventude não ver a hora de participar da festa que será realizada na EE Claudionor Santana neste sábado à noite. Como ocorreu no início do mês na EE Antônio Muniz, muitos jovens  vão abusar da criatividade para se fantasiar e repetir o que tem pregado o cinema: incorporar o mal na forma mais folclórica americana.

 No entanto, a imagem que se faz hoje do Halloween é um tanto deturpada do que foi há séculos na Inglaterra, Irlanda e Escócia. No inglês arcaico "all hallow`s even" (véspera do dia de todos os Santos) que com a evolução da língua passou a chamar "halloween" e hoje entitulada "Dia das bruxas" justamente pela veia histórica durante a Idade Média, quando a igreja queimava a mulher herege que se dizia falar com os mortos ou prever o futuro.

O Halloween é um evento cultural que celebrava o fim oficial da colheita e início do inverno (período das trevas, pois não havia energia elétrica). Era também a época em que os celtas (povo antigo) apagavam as velas para que os maus espíritos não entrassem em suas casas. Lendas como essa reinam até hoje no Brasil com a estória do lobisomem, da capivara, do bicho-papão e nem por isso são taxados de satanismo. Ao contrário do que se prega hoje pelas igrejas, o halloween não tem a veia satância mesmo porque a maioria do povo americano é protestante e como tal não cultua imagens de santos tampouco de figuras demoníacas. Sequer existe queima de fogueira durante o halloween em todo o país.

Na Bahia (onde a cultura afro é mais presente) e na cidade de Nova Orleans/EUA, a macumba e o vodu têm características parecidas e de tal maneira também carregam o mesmo estigma que o cinema hollywoodiano tem formatado no imaginário das pessoas ao colocar esse traço folclórico como sendo satânico. Até a figura da bruxa ditada pelos filmes da Disney, por exemplo, formou o que conhecemos hoje como uma bruxa de verdade deve ser. O fato de o cenário nessa época do ano remeter à escuridão, gato preto, bruxas, duendes etc vem justamente da relação que se faz como o período frio e escuro do inverno com o mal - como se ele existisse apenas da cor negra. Como sabemos, o mal não te cor.

Está na hora de rever alguns conceitos por trás do halloween e dismistificar a crença de que para uma festa ser digna do gênero é preciso se reportar ao inferno ou aos demônios. Deixem isso por conta dos filmes de terror que precisam alimentar o medo para ganhar mais dinheiro.

O americano como capitalista que é sabe muito bem aproveitar o tema e hoje fatura milhões de dólares com a venda de fantasias, abóboras (somente em 2010 foi 1.1 bilhão de dólares) além de doces e outros produtos. Tomara que os jovens do Epifânio saibam também aproveitar a festa e evitar o transtorno causado no Antônio Muniz, onde a festa teve de ser interrompida por que a polícia encontrou além de drogas, armas no recinto. Como podemos ver, somos nós que deturpamos muitas vezes o caráter da festa.