GESTÃO ESCOLAR: EXEMPLOS DO INTERIOR

Para não dizer que a gente só fala dos maus exemplos de escola da rede municipal com infraestrutura precária, há também exemplos de unidades que não esperaram muito pela ação do poder público. Foram adiante e conseguiram alguma ou outra mudança na estrutura de sua respectiva unidade escolar.

O exemplo mais distante de que, com vontade, o gestor pode sim fazer mais e melhor por sua escola apesar das dificuldades quer por entrave político, quer por inoperância mesmo do sistema é na Lagoa do Junco. Há alguns anos, a ex-diretora da Escola Municipal, Andreia Gois, procurou o Ministério Público para cobrar da antiga administração melhorias na escola. De tanto cobrar, as mudanças vieram a ponto de tornar meses depois uma escola invejada em infraestrutura.

Na época, a CNNPV havia visitado todas as unidades de grande porte do município e constatou o quão avanço conseguido, porém fazia uma crítica sobre a falta de um trabalho pedagógico também de qualidade. Afinal, de nada adiantava uma escola bonita sem um ensino de qualidade. A unidade sempre figurava entre as piores do Ideb. De lá pra cá, isso mudou e com a injeção de professores novos, programas sociais... o avanço veio e com ele a oportunidade de estar entre as melhores no Ideb no Ensino Fundamental I. Diga-se de passagem que tomar o Ideb como indicador de uma boa escola ainda não é o correto, pois sabemos que há exemplos de escola que usa estratégia diferente do que prescreve a Secretaria Municipal de Educação e toma a nota maior da recuperação como nota final; quando na verdade, se a nota da recuperação é maior deve-se somar e dividir. E não, tomá-la como nota final. Daí, uma ajudazinha providencial na  média do biênio seguinte.

Outro exemplo de qualidade é a unidade "Veridiano Zacarias de Oliveira", no povoado Tabuleirinho. Lá, a cobrança não foi com o apoio do MP, mas oportunizado pela reforma de muitas unidades pelo município. A primeira incursão foi uma vergonha tão grande que a escola foi um exemplo gritante de obra mal feita (lembra da tesoura de madeira quase caíndo na cabeça da garotada, quadro topando no teto...) por parte do governo municipal. Feito então os reparos depois da repercussão, a escola finalmente conseguiu duas novas salas (hoje uma funciona como sala de professores).

Contudo isso não era o bastante! Ela precisava de um pátio coberto para as inúmeras apresentações que são promovidas ao longo do ano letivo pela equipe docente e alunado. Sem uma ajuda providencial, equipe diretiva, professores, pais e alunos decidiram colocar em prática o recurso que vinha do governo federal direto na escola como o programa Mais Educação. Além de adquirir material esportivo, foi possível a compra de duas tendas, o pavimento dessa área coberta (foto maior); grades para proteger a garotada duma área externa nos fundos da escola e com o apoio do ASA, construir um grande tanque numa grande área no entorno que dá para construir ainda várias salas e fazer um pátio melhor. Aos poucos, a diretora Isabel Oliveira, pretende ampliar outras áreas importantes que vão ajudar e muito a todos da comunidade escolar.

Pelo visto, ficar à espera de um milagre nem sempre é o melhor remédio. Afinal, como gestor, o professor/diretor pode capitanear ações do tipo e buscar o melhor para sua escola; e ainda cobrar do poder público também o seu papel. Quando todos fazem o seu trabalho, não é apenas um que ganha!