ESPERANÇA AOS NOSSOS NAVEGADORES ESPORTIVOS

   Quem navega no mar do altruísmo não tem do que reclamar quando o banco de corais não tem investimento à altura; não há pagamento pela ostras colhidas tampouco pela falta de alimento para dar aos peixes, pois tudo o amigo da escola, o voluntário ou ajudante podem conseguir com muito esforço com a ajuda de amigos e da comunidade além de contar com sua própria boa ação. Contudo, há algo que nenhum deles suporta passar - pelo abismo da ingratidão.

Esta semana, dois abnegados (termo usado à exaustão por amigos e companheiros) do esporte poçoverdense passaram por uma onda de acusações, desgosto e decepção com órgãos colegas e superiores que não agradecem o trabalho altruísta que fazem. O comunicador e comentarista esportivo, Dinho Santana, foi o primeiro a falar em alto e bom som do farol da notícia que estava fora dos eventos esportivos na função de colaborador tendo em vista o não reconhecimento de seu trabalho e a falta de apoio quando na exposição do seu pensamento em determinadas situações. Trabalhando por conta própria e deixando até a família de lado, Dinho percebeu que era preciso desapego pois enquanto uns trabalham de menos e ganham mais, outros nem uma estrela do mar conseguem ser em meio a um cardume de jogadores e dirigentes que não reconhecem o valor de sua opinião.

Outro caso parecido é do jovem Carlos Alexandre, blogueiro do Esporte Interativo. Carlos dedica grande parte de sua vida diária a cuidar do grandes lagos - times que estão pelo interior e pela cidade precisando de um parceiro para colocá-los no rumo certo. Ora, delegando as regras para não fazer feio na partida; ora divulgando tudo acerca do esporte no município. E o que tem ganhado com isso? nada. Até o próprio Diretor Municipal de Esporte, Antônio França, reconheceu o papel do baluarte do esporte atual. No blog, Alexandre desabafou: "há anos eu venho prestando serviço ao município, serviço este que ao meu entender não é reconhecido, não falo em dinheiro, mais sim em condições de trabalho. Quando se fala em esporte temos sim que ter um ponto de referência, uma sede, uma secretaria, coisa que nuca tivemos. Acho eu que não iremos ter tão cedo. Assim é difícil trabalhar, hoje trabalho em uma área totalmente oposta a do futebol. Local que não podemos receber pessoas ligadas as questões esportivas. E esse é o motivo que mim fez refletir e assim me afastar da organização do Campeonato. Há alguns dias varias cenas chamaram a minha atenção, como agressões verbais e outras coisas, fatos estes que chegaram ao meu conhecimento, até ai dava para levar. Mas perturbar a minha paz no meu trabalho, recebendo de forma não convidada e anunciada a visita de dirigentes de clubes, foi à gota d`água.
Saio com a sensação do dever cumprido, acho que contribuir muito para o esporte no nosso município, apesar de ser voluntário, agradeço a todos que mim depositaram confiança".

A ingratidão sempre foi uma bota velha jogada no mar da felicidade daqueles que lutam tanto pelo melhor de sua comunidade, seu bairro ou sua empresa. Geralmente os bons profissionais nunca são reconhecidos pelos seus chefes (nem todos, nem sempre) porque sempre houve uma preferência pelo profissional mau caráter que ajuda a trafegar pelo rio da corrupção; que estão a todo instante fugindo de suas atividades e apenas empregam seu tempo em puxar o saco a fim de represar o peixe no final do mês. 

Aos pescadores Dinho Santana e Carlos Alexandre, fica o nosso aplauso pelo trabalho. Esperamos que uma nova rede de oportunidades tão logo apareça para dar lugar a essa viagem constante de idas e vindas nesse mar revolto.


+ NEWS:

+ A paralisação do transporte escolar contratado para levar estudantes da rede pública municipal pelo interior agora toma conta de todo o município. Desde sexta-feira (04) o restante dos motoristas aderiu ao movimento e aguardam posicionamento do secretário municipal de Educação, Paulo Caduda, sobre o pagamento dos meses em atraso. Agora como gestor dos recursos da área, Caduda tem pela frente sua primeira dor de cabeça.