MESA PARA TODOS, POR FAVOR! VAMOS DISCUTIR A SEXUALIDADE

Quem acompanha o CNNPV já deve ter lido a matéria sobre o projeto “Sexualidade na adolescência” da professora de Educação Física Vandalúcia Gois, da EM Porfírio Vieira da Silva, na localidade Saco do Camisa, o qual teve sua culminância na última terça-feira, 31. Como a mesa redonda estava na programação desse projeto, ficou para esta quarta-feira, 01, à tarde, a recepção dos convidados com o objetivo de discutir a temática com a comunidade. Dentre os convidados para compor a mesa: Pe. Edivaldo Andrade, a enfermeira Beatriz Leão; Joseilda Monteiro, Regilânia Ribeiro, representando as mães; professora Adriana Farias, representando os professores da unidade; e os alunos Gildevânia, Fernando, Toni Maik e Ângela da Conceição.  

    Com a mesa postada para todos, explicações sobre dúvidas do alunado e indagações como “Discutir a sexualidade incentiva o jovem a fazer sexo?” foram colocadas para debate. Sobre esse questionamento, os membros concordaram que não, porém com alguma ressalva. “A menina e o menino precisam aprender o que é ser homem e ser mulher. A genitalidade e a sexualidade são coisas diferentes. É importante lembrar que as coisas aberrantes que estão acontecendo: meninas engravidando, meninos tratando as meninas com nenhum respeito; pessoas que pegam AIDS mesmo com a instituição da camisinha. A falta de informação é que prejudica a criação dos filhos. Os filhos quando não aprendem melhor com os pais acabam cometendo os erros de hoje em dia. Logo, não incentiva, ao contrário leva as pessoas a ter responsabilidade com o seu corpo, com a sua vida e com a vida do outro. Será que os pais têm condições de falar sobre isso com os filhos. Será que os professores têm usado a metodologia ideal para falar sobre o assunto”, indaga o pároco. “Existe um tipo de mentalidade que devemos rever para romper certos tabus”, explicou logo adiante numa crítica a mania de muitos pais em proibirem os filhos de discutirem o tema a respeito. “É recomendável que a mãe discuta o corpo com as meninas; e o pai falar sobre com o rapaz. No entanto, o pai também pode aconselhar a filha o que os homens pensam e o que eles querem delas. A mãe tem de ficar atento à idade. Ela deve entrar no jogo a fim de trocar idéias e garantir que a filha tenha maior liberdade e confiança na mãe, mas cuidado com a orientação!”, aconselhou Padre  Edivaldo. A visão biológica da enfermeira aconselha ao homem e a mulher a ser conhecerem melhor. “Deve ter uma relação aberta e não aquela relação fechada com o ato sexual e pronto. Às vezes o homem tem uma visão muito machista e nunca pensa no prazer da mulher! Conheço mulheres que nunca tiveram um orgasmo na vida! Já o homem não é simples, prático e eficiente!”. O homem é como um carro; bastou tocar o motor funciona! Já a mulher é aos poucos. Desde a manhã, o bom dia carinhoso deve ser um ingrediente a acrescentar aos poucos para que o momento ideal à noite já esteja preparado para ela. Se eu trato bem a pessoa ao meu lado, todo o corpo reage!”, explica Andrade. Vandalúcia indagou então por que com tanta informação, há aumento nos casos de gravidez e de doenças sexualmente entre os jovens? “Os valores da família estão esquecidos!”. Eles acham que tudo é comum e muitos pais estão indo no mesmo barco. A sociedade também incentiva!”, respondeu a professora de História Nilda. “Por ser mais imaturos e a gente como mãe trata como criança. Eles acham que por não sentirem prazer nenhum. Por terem imaturidade, acabam fazendo sexo sem nenhum método!”, argumentou a professora Adriana Farias. “O sexo ficou banalizado pela mídia. A televisão tem ajudado para isso e a família está esquecendo seu papel. Não é a distribuição de camisinha numa festa que vai alimentar o sexo. Um dos fatores que aumentam o número de gravidez é o sexo banalizado!”, justificou Beatriz Leão.

    A mesa redonda rendeu informação de qualidade, gargalhadas com os exemplos da prática sexual e da forma como o adolescente sofre com a sexualidade ao encarar o ato sexual de forma muito particular nos dias de hoje. Tudo de forma interativa, ou seja, com a participação de mães e alunos com os palestrantes. Para quem acreditava que a figura religiosa firmasse alguns velhos tabus da igreja, viu que a naturalidade com que foi tocado o assunto só dignificou o convite ao trabalho daquela professora.