TODOS QUEREM A REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA, MAS...
Recentemente,
o secretário de Estado da Agricultura, Esmeraldo Leal, esteve em Poço Verde a
convite do presidente da Câmara Municipal para falar a respeito da
regularização fundiária. O encontro, marcado para uma sessão plenária, contou
com as presenças do prefeito municipal, Thiago Dória, da vice-prefeita, Rita de
Cássia, do assessor da Seagre, Elenilson Barbosa, além de representantes do
Incra, da Emdagro local e do secretário municipal de Agricultura, Clerison
Oliveira. Lembrando, regularização fundiária é o processo que inclui medidas jurídicas, urbanísticas, ambientais e sociais com a finalidade de integrar assentamentos irregulares ao contexto legal das cidades; neste caso regularizar todas as terras em Poço Verde que não tenham escritura.
Depois
de fazer um retrospecto histórico com foco no pequeno e grande proprietário
rural, Esmeraldo (foto) tratou da possibilidade de o município de Poço Verde se juntar
ao grupo de cidades que fazem parte do programa. "O nosso desafio é
incluir Poço Verde. Temos três convênios totalizando 15 municípios
principalmente do sertão sergipano". De acordo com o secretário, para
incluir o município será preciso investir cerca de um milhão e seiscentos mil
reais para dar conta do trabalho colossal de avaliar centenas de propriedades.
Muitas delas de propriedade da prefeitura e em posse de terceiros, por exemplo.
"Em algumas localidades, o número de áreas chegou a ser 5 vezes maior do
que os dados obtidos pelo IBGE. Num levantamento, descobriu-se que havia cinco
mil propriedades!", explica.
"A
primeira escritura é de graça. Mas é muito importante que isso aconteça. Se
existe demanda, existe um trabalho a ser feito. Nós provavelmente optaremos em
aditivar o convênio atual!". O problema é que para isso, o governo terá de
"cortar alguns custeios da Emdagro para tentar adequar a capacidade
financeira do aditivo", ressaltou Esmeraldo para uma plateia que ouvia
atentamente a deixa para carimbar o município e dar por fim a regularização
fundiária tão sonhada do presidente da Casa, Pedro de Jesus.
Veio
então o banho de água fria: "Mas nós estamos numa fase difícil de
renovação dos homens e mulheres/ agrônomos que são as equipes que farão o
trabalho de campo. Eles recebem um aditivo salarial e como o estado está
passando por problemas para renovar", isso pode dificultar. "Que
equipe da Emdagro pode atender o município de Poço Verde?", indagou
indiretamente. Citando o Programa Dom Távora (projeto social implantado pelo
governo estadual para beneficiar agricultores inclusive em Poço Verde como no
caso do Projeto Leite de Cabra da Cacimba Nova e de Apicultura na Lagoa do
Junco), Esmeraldo vê a chance de o município fazer parte do programa haja vista
o número de agricultores cadastrados no Dape e no Cnis.
Se a proposta de regular fundos em Poço Verde
for vingada, o agricultor local poderá ter acesso mais rápido a vários
benefícios do governo federal, inclusive a distribuição de sementes. O
prefeito, Thiago Dória, demonstrou empenhado em juntar pessoal e transporte
para ajudar na empreitada. "Tem muito prefeito que se preocupa com o
concreto, com obras, mas essa pequena obra para o homem do campo representa
muito mais. Há a possibilidade de o Pronese voltar novamente por meio de
associações trazendo máquinas agrícolas. (...) Na época de Toinho, vieram 12
tratores para as associações e eles conseguiram fazer o plantio. Que a gente
pudesse fazer a campanha de divulgação para levar as pessoas à distribuição de
sementes. Quero poder divulgar com maior abrangência para o povo poder adquirir
a sua semente!". Thiago aproveitou a visita do secretário de Estado para
pedir a habilitação da perfuração de dez poços artesianos e a limpeza e
bombeamento de mais sete. "Até então só tínhamos Valadares Filho. Hoje
João Daniel também ajuda a comunidade!".
Esmeraldo
finalizou a visita lamentando que boa parte das associações costuma fazer uso
próprio do equipamento ao invés de ajudar a comunidade. Por essa razão, o fundo
internacional não vê com bons olhos a proposta de doar tratores para os
municípios. "Há muitas críticas sobre tratores. Muitos passaram a ser
propriedade de tesoureiros e presidentes de associação e até de terceiros que
virou dono do trator - provando assim uma avaliação negativa para esse
fim". Sobre a distribuição de sementes, o governo acredita e quer fazer a
distribuição pelo menos dois meses antes do plantio, porém é preciso algumas
exigências; transparência, inscrição no Dapes e Cnis dentre outras.
Percebe-se
que todos estão interessados na regularização fundiária, porém tem em jogo
muito investimento para isso.(fotos: cnnpv/ascomse/arquivos)
TODOS QUEREM A REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA, MAS...
Reviewed by Jorge Schalgter Leal
on
17:43
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