DIFICULDADE PARA ENGRAVIDAR? A CAUSA PODE SER A SUA IMUNIDADE
Na
população em geral, 15% a 20% das mulheres não conseguem
engravidar. De cada 10 mulheres que engravidam, só três terão o
bebê. Entre os sete abortos espontâneos, seis ocorrerão no início da
gestação e durante a menstruação. “Muitas mulheres nem ficam sabendo que
estavam grávidas”, diz o imunologista especializado em reprodução
humana, Ricardo de Oliveira, diretor médico da RDO Diagnósticos. Pois
a causa pode ser uma questão ainda pouco sabida e investigada: problemas associados
à imunidade do organismo, como tiroidite, endometrite e trombofilias.
O casal com dificuldade para engravidar deve,
antes de tudo, se submeter a exames pontuais e rotineiros, como
espermograma, avaliação das trompas e reserva ovariana. Cerca de 70% dos
problemas de infertilidade são decorrentes de tais problemas. Muitos pacientes
deixam de investigar a causa neste momento. Pois o segundo passo fundamental a
ser tomado é recorrer aos exames imunológicos. “Há sempre uma causa
para infertilidade, que pode ser investigada e tratada com mais de 90% de
êxito”, afirma.
Isso
porque, cerca de 98% das mulheres que tentaram engravidar e sofreram abortos
espontâneos apresentam algum tipo de problema imunológico. Baseado em um
levantamento realizado com 11.000 pacientes e na revisão de estudos clínicos, o
especialista aponta os problemas imunológicos mais frequentes que podem
dificultar a gestação ao impedir a implantação do embrião no útero e ou até
mesmo provocar abortos precoces. Confira as 5 causas imunológicas que impedem a
gravidez:
1.
ALOIMUNIDADE - imunidade a outro indivíduo - é considerada a principal causa de
aborto espontâneo e acontece quando o corpo da mulher interpreta o embrião como
um defeito e o rejeita, devido a semelhanças genéticas entre o casal.
"Isso pode acontecer porque o feto não é 100% compatível com o organismo
da mãe, já que 50% é proveniente do pai. A condição acomete 61% das mulheres
com aborto precoce e o exame para detectar o problema é a prova cruzada por
citometria de fluxo, que mede os anticorpos contra linfócitos paternos no
sangue da mãe. Em caso positivo, o tratamento é a imunização por meio de uma
vacina produzida com linfócitos do sangue do pai para estimular o organismo da
mulher a produzir anticorpos que identifiquem as proteínas paternas no embrião
sem rejeitá-lo.
2.
TROMBOFILIAS - A segunda causa é a trombofilia, cuja incidência varia
entre 20% e 60% das mulheres e provoca alterações na coagulação sanguínea e
imunológicas, desenvolvendo anticorpos que atacam a placenta, impendido a
implantação do embrião e provocando aborto. Podem ter origem genética (mutação
do fator V e do fator II) ou adquirida (anticorpos que atacam diretamente a
placenta). O diagnóstico é feito por meio de um exame de sangue que analisa a
presença das mutações e de anticorpos antifosfolipides. O tratamento é feito
com a utilização do anticoagulante enoxaparina sódica.
3.
AUTOIMUNE - FATOR ANTINUCLEAR - A condição autoimune acontece quando a mulher
desenvolve anticorpos contra substâncias que são próprias de seu organismo.
Essas substâncias atacam a placenta e esse processo inflamatório causa aborto.
A origem dessa condição é causada por dois fatores: antinuclear (contra o
núcleo da célula e mais comum) e anticorpos antitireoide. A incidência da
condição autoimune causada por fator antinuclear incide em 50% das mulheres. O
exame para detectá-la é a dosagem de fator anti-núcleo (FAN) e o tratamento é
feito com esteroides hormonais que tratam a inflamação, permitindo uma gestação
normal, sem atravessar a placenta.
4.
TIROIDITE - A tiroidite é uma doença autoimune que leva ao hipotireoidismo. O
problema, incidente em 20% das mulheres, faz com que a mulher produza
anticorpos que causam falha na implantação do embrião ou inflamação na
placenta, provocando o aborto. O diagnóstico é feito por meio de um exame de
sangue que detecta a presença do anticorpo antiroglobulina e antimicrossomal.
Já o tratamento é o mesmo do fator antinuclear - uso de corticoesteroides que
não atravessam a placenta.
5.
ENDOMETRITE CRÔNICA - Embora "oficialmente" considerada uma causa
anatômica, cada vez mais acredita-se que a endometrite crônica – é causada po
um fator imunológico e não infeccioso. A condição consiste em uma inflamação do
endométrio, tecido que reveste a parede interna do útero, causada por provável
alteração imunológica e/ou infecciosa. O problema, incidente em 80% das
mulheres com infertilidade sem causa aparente e 30% das que tiveram aborto
precoce, impede a implantação do embrião. O diagnóstico é realizado por meio de
uma histeroscopia diagnóstica e o tratamento consiste em uma histeroscopia
cirúrgica, seguida do uso de antibióticos e anti-inflamatorios. Após
tratamento, a paciente volta a ser fértil. Fonte:vejasaude
DIFICULDADE PARA ENGRAVIDAR? A CAUSA PODE SER A SUA IMUNIDADE
Reviewed by Jorge Schalgter Leal
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15:48
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