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"QUE ELES DEVOLVAM CADA CENTAVO", DIZ REPRESENTANTE DO SINTESE

Os professores da rede pública municipal estiveram presentes na sessão plenária desta terça-feira, 20, na Câmara Legislativa. O objetivo: sensibilizar os vereadores, cobrar deles maior apoio e dá uma resposta à fala do secretário municipal de Educação, Paulo Caduda, que estivera na semana passada em plenário explicando a real situação da pasta.

A delegada do Sintese local, Andrea Goes, iniciou sua fala reconhecendo que, hoje, o papel maior do grupo é tomar consciência da classe com foco na base municipal. De tal maneira, ressaltou que sua explanação estaria pautada em quatro pontos: a função do Sintese, o Fundeb, o papel do vereador e a liberdade de expressão.

Com uso de slides, ela explorou as diretrizes do sindicato, a finalidade das assembleias além do papel de denunciar ao MP sobre fatos quando forem relevantes para a classe em busca de "uma sociedade mais justa". Andrea ressaltou também que um dos pontos mais importantes da luta contra o governo local é garantir "transporte de qualidade, estrutura física, as estradas, pagamento dentro do mês, e transparência dos recursos".

Sobre o Fundeb, Andrea discursou sobre a funcionalidade do fundo bem como seu destino para a área da educação principalmente aos profissionais da educação. Citando vários artigos da lei e números referente a repasses da União, a representante do Sintese disse que em "junho entrou do Fundeb R$ 968.648,96; em julho R$ 688.046,25, em agosto R$ 853.825,02 e em setembro até a presente data R$ 478.929,68 num total de R$ 2.998.449,91".

Desvio - Andrea denunciou ainda que há vários profissionais com desvio de função e que eles "recebem com irregularidade da folha do Fundeb " o que "somaria uma despesa em torno dos 120 mil reais. "Na mesa de negociação, Poço Verde está numa situação favorável de acordo com os técnicos do Sintese. Como posso dizer se tem um total 2 milhões o que foi feito com recurso que entrou em agosto? Não vou dizer que houve uma queda de recursos. Foi quase 300 mil de queda, mas tem uns meses que foi maior. (...) Se há uma problema de planejamento da má administração, a má administração é que tem de responder e não nós. O sindicato e está aqui para colocar números e fazer a análise. Na última audiência, foi colocado algumas situações, situações essas que para mim não é favorável. (...) Os números provam o contrário por isso que a categoria não veio na última sessão na forma de repúdio. O dinheiro pouco ou muito está entrando. Nosso foco aqui é o Fundeb, nem o FNDE. Quando tem audiência, o prefeito se compromete mas não cumpre", pontuou a delegada.

"Caduda construiu a sua história e não vai se apagar nesse momento. O que está acontecendo  agora são por conta das nossas escolhas. Hoje ele é o gestor. Por que você não disse antes e veio falar só agora (reportando-se ao secretário). Se tivesse dito poderíamos ter outra compreensão. De uma secretaria que estava dando tudo certo e hoje estamos sofrendo, pagando o pato. Se houve ou não desvio de recursos e veio virando uma bola de neve não somos nós que temos de pagar. A lei do Fundeb é bem extensa. Se nós trabalhamos dentro do mês, temos o direito de receber dentro do mês. Mas o que faz um vereador?", indagou ela em seguida.

Vereadores em foco - Andrea cobrou dos representantes do povo citando também várias funções. Muitas delas esquecidas. "Os vereadores também são responsáveis pela fiscalização das ações tomadas pelo poder executivo. Cabendo a responsabilidade de acompanhar a administração municipal pelo cumprimento da lei. Se tivesse um trabalho de fato de fiscalização, será que estaríamos pagando o pato também. O meu discurso nas ruas é o mesmo daqui. (...) Prefeito e secretário têm de dar um explicação".

Liberdade de expressão - Andrea conclamou à democracia pedindo que seja respeitada a ideia do colega, embora divergente. "Estamos sabendo que estamos num processo eleitoral, de fato e de direito. Como nas minhas falas, o que mais peço é que não vamos mistura politica dentro do sindicato. Eu tenho minha opinião politica dentro do sindicato, mas não misturo. Eu não vou permitir que façam uso disso. Eu posso falar com autoridade e autonomia pois tenho apoio dos demais. Se para um homem é difícil imagine para uma mulher, mãe de família...se temos gestão democrática, temos de fazer valer".

Mais adiante, Andrea afirmou que "planejamento é tudo na nossa vida, na nossa casa, no trabalho. Se não planejar vai desandar". E dando um recado a quem afirma que ela anda fazendo palanque para a oposição, Andrea afirmou: "estou aqui representando o sindicato sim. Eu tenho a liberdade de expor minha escolha sim. Sou cidadã. Fora da luta eu vou para onde eu quiser e levo a bandeira do partido que eu quiser com responsabilidade sem usar o nome do sindicato. Tanto que usei a minha identidade. (...) Tenho o meu caráter, tenho a minha história". Ela ainda convocou o presidente da Câmara e o secretário de Educação para se juntarem na luta pois são também professores e indagou aos demais vereadores o que têm feito até o momento.

Presente na sessão o secretário de Educação fez uso da tribuna. Caduda falou que Andrea representa muito bem o Sintese. "O conteúdo aqui representado representa o sindicato com a filosofia que o Sintese defende. Os dados que você colocou são verdadeiros e interessantes. Não como foi feito no inicio das manifestações como se fosse verdade tentando passar uma ideia e de forma esperta. Foi colocado as receitas cabe ao sindicato. Se pegar os mesmos meses de junho a setembro e as mesmas receitas do ano passado referente ao mesmo período. Veja se dá o mesmo e o salário de 2016 são os mesmos de 2015?"

O secretário contestou a informação de que ele teria cometido algum crime, de tal maneira gostaria de que houvesse  uma auditoria. "Eu sou eu ordenador de despesa, eu não ordeno as receitas que entram. Então, o que entra lá o secretário de educação tem de executar . Eu executo cumpro a lei do piso (...) e cumpro a lei do Fundeb em relação ao magistério. Então, eu cumpro as duas leis e a auditoria vai constatar isso. E também vai constatar entre 2015 e 2016 que também não tenho dinheiro para pagar. Desde o ano passado que a gente se posicionou. E por incrível que pareça o secretário de educação se posicionou contra a lei do imposto aqui....a secretaria não vai se resolver apenas com a fiscalização. Não sei qual é o resultado que vai se dar. As despesas da educação não é só com o professor. Teve lá outras despesas com os demais funcionários. Se não pagar o salário não tinha aula, se não pagasse o transporte escolar não tinha aula. Quando citaram os números dos pagamentos citados foram divergentes do ponto de vista da aplicação. Eu mostrei ao vivo no site da Fnde que os profissionais . O Sintese defende que os gastos sejam apenas com o professor. Para pagar somente o professor tinha condição. Cada um tem sua parcela de responsabilidade e eu tenho de assumir a minha, talvez eu tenha dito uma falha quando a gente fez a opção de pagar primeiro a dos servidores do que a dos professores. No mês de junho quando faltou dinheiro (..) havia o compromisso de se mandar 300 mil e por meio de pressão dos professores  o recurso chegou. E adiante paguei os servidores. Essa categoria tem maior poder de mobilização". Caduda explicou ainda todo o processo pelo qual ele deu preferência ao pagamento dos  servidores por conta da escassez de recursos.

Ele foi adiante e criticou o fato de que o sindicato estaria divulgando fatos inverídicos à sociedade. "Quando a gente não usa os dados e não usa eles completos  nós vamos estar passando meias verdades e essa categoria também não pode ser usada como massa de manobra. Nem da secretaria, nem do sindicato, nem da câmara de vereadores . Quando você coloca que só tem dinheiro todo mundo fica acreditando que tem e não vai resolver o problema porque não tem, você só basta comparar a receita; não vou nem entrar no detalhe da despesa" segundo Caduda há um déficit de 440 mil reais entre os anos de 2015 e 2016. "O que recebemos até agora é menor do que em 2014 e os valores de 2015 e 2016 não são os mesmos de 2014. a secretaria não vai conseguir resolver sem complementação. Não podemos deixar de falar em repasse. Tem de ter repasse. Vamos ficar o tempo todo ...sem resolver o problema", concluiu. Caduda continuou o discurso repetido na última sessão (clique aqui). Pintaram uma imagem que não é. Eu estou de cabeça erguida e sei. Caduda ainda alfinetou o professor que criticou a falta de transparência e na vida real não dá exemplo. 'Gildásio... ele foi um dos escolhidos para representar o conselho do Fundeb e até hoje nunca assumiu. Eu não entrei na briga contra o professor. Sei que a luta é justa. Eu não pedi a ilegalidade porque a luta é justa. Vamos fazer as coisas com responsabilidade. Você tem legitimidade para levantar bandeira da cor que você quiser, porque você construiu isso. Nem todo mundo tem isso porque se aproveita do momento", disse Caduda em tom de desabafo ressaltando o enfrentamento que esta se criando em detrimento ao bem estar do aluando.

Andrea ainda teve direito à réplica. "Se for para reduzir gasto exonerando coordenadores, tirando os prestadores, estamos num caos agora. Como será o caos depois? É uma incerteza de quando voltarmos para o chão da escola!". Ela ainda convidou a todos para caminhada da educação que seria realizada na manhã seguinte.

Ao final da sessão outros professores se manifestaram fazendo usando da Tribuna Livre. O presidente da Câmara legislativa, Pedro de Jesus, defendeu a cobrança dos professores mas ressaltou que forçar o Executivo a cumprir não faz parte da incumbência da casa. Pedro pontuou que os poderes podem se somar a fim de cumpram o seu papel. Ele ainda reconheceu que não procurou o prefeito para mediar a negociação e prometeu que no dia seguinte poderia convidar as partes envolvidas para o diálogo. A sugestão foi elogiada pelo vereador Luciano Araújo/PT, pois a situação era ridícula.

Nas considerações finais, a delegada do sintese local, Andrea Goes,não se rendendo ao discurso do secretário Caduda, foi mais longe. "Nós precisamos que eles devolvam cada centavo que foi retirado da educação. Cada centavo que ficou para fazer o repasse para melhoria da educação porque não vai ser só vocês sentando com um gestor e dizer paguem o salário do professor. Vai sim aquilo que nos devem não é mais do que obrigação mas também devolver ao cofre da educação cada centavo que foi desviado Deus sabe lá pra onde por que se não houve repasse desse MDE esses anos todos, esses meses todos tem dinheiro na educação e esse dinheiro vai fazer falta nas estruturas, nos salários, nas estradas, seja lá em que finalidade for, mas que ele não saia da área educacional. Que ele não pegue outro desvio porque tem muito dinheiro. Desse MDE tem muito dinheiro. Basta contar!".


Se o público presente acreditava que a sessão terminava ali, o líder da oposição, João Ramalho/DEM denunciou que a Escola Municipal do povoado Lagoa do Mandacaru estaria reunindo os pais para "livrar a pele do cordeiro" se referindo à gestão atual.Já o vereador Rivan Francisco sugeriu que na audiência desta quinta-feira, 22, que fosse colocado em pauta onde foram parar os recursos desviados no final de 2012.
"QUE ELES DEVOLVAM CADA CENTAVO", DIZ REPRESENTANTE DO SINTESE Reviewed by Jorge Schalgter Leal on 09:06 Rating: 5

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